Confiança 'Somos a caravana e vamos passando', diz Temer sobre crise política Durante o lançamento do Plano Safra do Banco do Brasil, o presidente Michel Temer diz que vai continuar no poder e aprovará a reforma trabalhista no Senado. Também diz que respeitará "qualquer resultado" que vier da Câmara

Por: Rosana Hessel - Correio Braziliense

Publicado em: 11/07/2017 14:24 Atualizado em: 11/07/2017 14:29

De acordo com Temer, o Brasil "não pode esperar". "É hora de o Brasil avançar. Vamos seguir em frente", afirmou o presidente. Foto: Evaristo Sá/AFP
De acordo com Temer, o Brasil "não pode esperar". "É hora de o Brasil avançar. Vamos seguir em frente", afirmou o presidente. Foto: Evaristo Sá/AFP
O presidente Michel Temer resolveu ir ao ataque aos críticos que estão tentando apeá-lo do poder e afirmou que se manterá no poder aprovando as reformas na área econômica. "Somos a caravana e vamos passando, apesar dos protestos", afirmou o peemedebista durante o lançamento do Plano Safra do Banco do Brasil, no qual destacou ter pressa para obter os resultados esperados e garantiu que recuperar o emprego é uma "obsessão de seu governo".

Ele evitou mencionar diretamente a denúncia de corrupção passiva feita pela Procuradoria-Geral da República (PGR) contra ele e que começa a ser votada amanhã pela Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) da Câmara dos Deputados. Temer, contudo, disse que a Casa tem uma "importantíssima decisão" a ser tomada esta semana. "Respeitarei qualquer resultado que vier", afirmou

Na segunda-feira (10/7), o deputado do Rio de Janeiro Sergio Zveiter, do mesmo PMDB de Temer, apresentou parecer na comissão recomendando o encaminhamento da denúncia para o Supremo Tribunal Federal (STF). O texto do relator começa a ser analisado nesta quarta e deve ser votado na sexta-feira. Se a investigação for aprovada, mais tarde, pelo plenário da Câmara, o presidente é afastado por 180 dias e é julgado.

Para Temer, a questão jurídica tem causando instabilidade no governo, mas buscou mostrar que não pretende esmorecer no momento mais crítico. “Sou atento à questão da ordem jurídica. O direito existe para regular as relações sociais, para manter a estabilidade social. Toda vez que você ultrapassa as leis, vem a instabilidade. Há uma desordem de natureza jurídica. Há uma incompreensão que a natureza jurídica tem que ser cumprida. A caravana tem que continuar a passar”, afirmou. 

Economia e reforma trabalhista
Temer buscou mostrar que tem conseguido bons resultados na economia e destacou que o governo vai conseguir aprovar hoje a reforma trabalhista no Senado Federal. “Estamos buscando e vamos conseguir, no Congresso Nacional, aprovar a reforma trabalhista, se Deus quiser”, disse. “O sucesso nos estimula a superar crise”, emendou.

O presidente afirmou ainda que objetivo de seu governo é fazer tudo com pressa, mas “com responsabilidade”. “Não há nenhum ato irresponsável”, afirmou ele, reforçando que pretende continuar no poder. “Foi esse governo que botou a economia nos trilhos e que está colocando o trem nos trilhos para quem for eleito em 2018 possa pegar a locomotiva no lugar em 2019”, disse ele, repetindo fala do ministro Henrique Meirelles, que reforçou que a economia vai voltar a crescer ainda este ano e que o desemprego vai começar a cair ainda no segundo semestre. 

Ao mencionar agricultores e empresários presentes, Temer ressaltou que “tem hora para plantar e para colher”. “É hora de o Brasil avançar. Vamos seguir em frente porque o meu governo tem plantado muito para o futuro do país e tenho certeza que a colheita será farta para todo mundo”, concluiu.

No início do pronunciamento, Temer comparou sua gestão com a da ex-presidente Dilma Rousseff, ao afirmar que seu governo é "descentralizador" — a antecessora era conhecida como muito centralizadora. Por conta disso, disse Temer, a economia estava se recuperando, graças à autonomia dada ao ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, e a membros do primeiro escalão.


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