Política
Opinião
Sérgio Xavier: Articulando uma economia sustentável
Sérgio Xavier é secretário de Meio Ambiente e Sustentabilidade de Pernambuco
Publicado: 03/04/2017 às 06:48
Crises econômicas, degradações ambientais, exclusões sociais, mudanças climáticas... Os desafios atuais da humanidade são sistêmicos, urgentes e globalizados. Portanto, as soluções também precisam ser interconectadas e colaborativas, reunindo imaginação, conhecimentos e tecnologias que simplifiquem caminhos e gerem resultados rápidos em larga escala.
O encontro internacional “Energia Renovável e Inovações Interconectadas – Mercados Sustentáveis do Século 21”, que começa nesta terça (4 a 6/4) no Paço Alfândega - Recife, é um passo efetivo para construir uma nova economia que impulsione um modelo de desenvolvimento sustentável e inclusivo, local e global. Durante 3 dias, especialistas, inovadores, empreendedores e gestores públicos do Brasil e dos Estados Unidos, vão trocar ideias, saberes e experiências, visando formular modelos de negócios inéditos e estimular interconexões entre cadeias produtivas fundamentais.
Fazer acontecer essa economia do futuro, exige incentivar e interligar, de forma planejada e simultânea, 7 cadeias produtivas essenciais para a sustentabilidade: 1) Energias Renováveis; 2) Veículos Elétricos; 3) Economia Circular e Reciclagem; 4) Uso do Solo e Conservação de Água; 5) BioArquitetura e Urbanismo Verde; 6) Educação Ambiental e Profissionalização para a Sustentabilidade e 7) Gestão Sistêmica com Tecnologias Digitais (Internet das Coisas e Inteligência Artificial em Rede para gerenciar democraticamente processos complexos interligados). Acreditamos que esses 7 eixos entrelaçados vão mudar percepções e comportamentos, puxando todos os demais setores da economia para um novo rumo sustentável. Assim é possível aquecer a economia, desaquecendo o planeta e revertendo processos poluidores.
Este inspirador encontro vai aprimorar insights e garantir desdobramentos concretos, a partir de inéditas parcerias multissetoriais e propostas para articulação de políticas públicas disruptivas. Queremos fazer crescer a economia, gerar empregos, reduzir desigualdades e, simultaneamente, construir novos processos produtivos totalmente sintonizados com inovação e visão de futuro sustentável. Fernando de Noronha será um dos laboratórios vivos dessa inovação colaborativa. Com muitas mentes criativas somando soluções, não tenho dúvidas que os resultados serão rápidos e impactantes.
A estratégia para fazer acontecer na vida real um desenvolvimento efetivamente sustentável, além de exigir incentivos às 7 cadeias produtivas já destacadas, requer também ações interconectadas de 5 bases da sociedade: Cidadania (Sociedade exigindo uma economia baseada em produtos saudáveis e ecológicos); Políticas Públicas (governos inovadores); Empreendedorismo (ações empresarias disruptivas); Conhecimento (Pesquisas e referências científicas) e Arte (artistas inspirando mudanças de percepção e atitudes). Estamos considerando isso em todas as nossas iniciativas. O Movimento uPlanet, lançado em novembro passado, com 4 dias de ações nas ruas do Recife, reunindo artistas, empreendedores, gestores públicos, ativistas e pesquisadores pernambucanos e californianos é um exemplo prático da aplicação desses conceitos ( goo.gl/nTQSVE )
A parceria do Governo de Pernambuco com o Consulado Geral dos Estados Unidos no Recife e com o Governo da Califórnia (MOU Global Climate Leadership assinado pelos governadores Paulo Câmara e Jerry Brown) cria fortes bases institucionais para encorajar empreendedores nacionais e internacionais a investirem nesses novos mercados com segurança.
Juntos com inúmeros parceiros, Pernambuco está coinventando um futuro sustentável.
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