Opinião Roque de Brito Alves: Psicopatas feminicidas Roque de Brito Alves é advogado e professor

Publicado em: 25/04/2017 06:53 Atualizado em:

1 – Recentes casos de assassinatos de mulheres em São Paulo e o brutal homicídio de Tássia Mirella Sena de Araújo ocorrido a semana passada no Recife revelam que foram cometidos por psicopatas, por vulgares matadores de mulheres que não são em absoluto criminosos passionais e sim indivíduos com graves transtornos de personalidades, altamente perigosos para que possam viver em sociedade, merecendo severa punição pois não são doentes mentais,  não são psicóticos pois sabem muito bem o que fazem em  sua inteligência e vontade normais.

2 – Em verdade, o psicopata apresenta essencialmente um distúrbio de saúde mental e não uma alienação mental, com perturbação de caráter, de temperamento, com desajustamento social, situando-se na fronteira (“fronteiriços psíquicos”) entre a saúde mental e a doença mental, entendendo muito bem o que fazem e tendo vontade ou determinação em relação a isso. Especificamente quando fatores como o racismo, o machismo ou um fanatismo de qualquer espécie influenciam a sua personalidade a sua fúria assassina é a mais hedionda possível.

3 – Em síntese, por seu desvio ou distúrbio de personalidade, são emocionalmente frios, de conduta bem planejada e detalhada, procuram impor a sua ideia ou vontade aos outros em difícil relacionamento com convívio social e basicamente não têm nenhum sentimento de remorso ou de culpa pelo que fazem, são eticamente imaturos. Entendem que “os fins justificam os meios” usando de quaisquer meios ilícitos, imorais e criminosos para atingir o que pretendem, pouco importando os efeitos inclusive criminosos de sua ação. É uma personalidade anti-social e não uma personalidade ou doente mental.

4 – Entre os psicopatas, o seu tipo mais perigoso é o perverso ou louco moral, símbolo maior da maldade humana bem expressa no personagem Ricardo III de Shakespeare. Praticam o mal pelo prazer do mal e o que é mais grave desconhecem a existência do bem como inimigo da sociedade durante a sua vida. Tais psicopatas estão certos de que não fizeram  nada errado,  não praticaram  nenhum mal, não têm nenhum remorso ou piedade em relação a vítima, não têm  condição nenhuma de viver em sociedade pois o homicídio para ele nada significou e nem significará em toda a sua vida.


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