PAC Minha obra, minha propina Lava-Jato investiga nove dos 10 maiores empreendimentos do PAC. Dos R$ 27,8 bilhões repassados nesse período pelo governo às construtoras, R$ 4,5 bilhões foram para a empreiteira Odebrecht

Publicado em: 30/04/2017 13:39 Atualizado em: 30/04/2017 13:53

Foto: Petrobras/Divulgação
Foto: Petrobras/Divulgação

Nove das 10 maiores obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), lançado em janeiro de 2007 e que teve duas reedições, estão hoje sob investigação da Lava-Jato. A lista exclui as reformas dos aeroportos e a construção das arenas para a Copa do Mundo e Olimpíada do Rio, também alvos dos investigadores. Dos empreendimentos, apenas o piloto de produção do campo de petróleo Lula, no Rio, não está sob suspeita. Levantamento feito pela ONG Contas Abertas, a pedido da Câmara Brasileira da Indústria de Construção (CBIC), mostra outro ponto assustador: dos R$ 27,8 bilhões repassados pelo governo às construtoras, R$ 4,5 bilhões entraram nos cofres da Odebrecht, a empreiteira que está dinamitando a República.

Na carona dos investimentos

“Parafraseando Milton Nascimento, a corrupção vai onde o dinheiro está. E, nos últimos anos, ele (o dinheiro) estava nas grandes obras do PAC, nos investimentos em infraestrutura”, diz Gil Castello Branco, presidente da ONG Contas Abertas. O PAC foi a grande vitrine do segundo mandato do ex-presidente Lula. A primeira versão foi apresentada em uma cerimônia com pompa no Palácio do Planalto, no dia 22 de janeiro de 2007, com investimentos previstos totais de R$ 503,9 bilhões até 2010, sendo R$ 67,8 bilhões do Orçamento do Governo Central e R$ 436,1 bilhões, de estatais e da iniciativa privada.

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