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Raimundo Carrero: Debate com Sidney no centro cultural e caminhos da Geração 65

O Centro Cultural Raimundo Carrero, no Espinheiro, abre as portas, hoje, às 19h, para debate com o escritor Sidney Rocha sobre o livro Guerra de ninguém

Publicado: 12/12/2016 às 07:06

Por Raimundo Carrero 
Escritor
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O Centro Cultural Raimundo Carrero, no Espinheiro, abre as portas, hoje, às 19h, para debate com o escritor Sidney Rocha sobre o livro Guerra de ninguém, que ele está publicando pela Editora Iluminuras, de São Paulo. O escritor responderá a provocações de Marcelo Pereira e do autor destas linhas, além de inquirições de alunos da minha Oficina de Criação Literária, a exemplo do que ocorreu com o debate de José Luiz Passos no começo do mês.

A programação do Centro Cultural prevê para este ano, ainda, lançamentos, debates e recitais, envolvendo autores de vários estados, sempre com entrada franca, de forma a colocar a literatura no meio das reflexões literárias, incluindo também uma análise da Geração 65 e a força dos seus integrantes, sobretudo José Luiz Melo. 

O lançamento do Livro dos sonetos, de José Luiz, pela Novo Estilo – edições do Autor, no começo do mês, abriu novas perspectivas para o debate em torno deste importante movimento literário que marcou, definitivamente, a literatura pernambucana e brasileira no século 20, sobretudo na área do soneto, em que o poeta Alberto da Cunha Melo mostrava-se um grande criador nos momentos iniciais, conforme atesta Zé Luiz em reunião no começo do ano, com este articulista.

Aliás, a marca do soneto é decisiva para a formação e , é óbvio, para a continuidade do movimento. José Luiz Melo, por exemplo, reconhece em carta a este escritor que a reflexão publicada aqui há duas semanas “Lembrou-me César Leal quando recebeu a Coroa de sonetos, de Jaci Bezerra, clandestinamente, no DP, décadas passadas, e em lugar de lhe dar abandono, folheou-a para descobrir a beleza que encerrava.” Advertindo, porém, “não que pretenda comparar os meus modestos sonetos com a beleza mágica de Jaci. Mas para equiparar a generosidade e grandeza de César com a do prezado amigo, que me deu uma chance, abriu o meu livro e leu os meus versos.”

Ocorre Zé Luiz que, em poesia, não sou generoso, sou crítico. Quase sempre um exegeta. E isto me obriga a ser severo, correto e digno. Seus sonetos são belos e elaborados. Nascidos da criatividade de um escritor compromissado com a Beleza. Por isso mesmo estimulei-me a, mais uma vez, debater as raízes estéticas do movimento literário de Jaboatão.

Pretendo começar o ano com um recital da Geração 65, sobretudo com a presença de Marcus Accioly, Marco Polo e Domingos Alexandre. Revendo e revivendo os caminhos do movimento. Cláudia Cordeiro toparia? Zé Luís Melo, embora tímido, tem presença garantida. Depois, quem sabe, publicaríamos um livro, ou coisa assim.
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