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Lava-Jato

Delação de ex-diretor detalha atuações para favorecer Odebrecht no Congresso Nacional

Claúdio Filho cita 14 MPs e projetos que teriam sido influenciados e relata ter realizado pagamentos para Renan Calheiros, Rodrigo Maia, Lúcio Vieira Lima, Eunício Oliveira e Delcídio do Amaral, além de Romero Jucá, seu principal interlocutor

Publicado: 10/12/2016 às 16:34

Em delação feita à Operação Lava-Jato, o ex-diretor da Odebrecht, Cláudio Filho, contou detalhes de sua atuação dentro do Congresso Nacional para promover que os interesses da empresa fossem atendidos por Medidas Provisórias (MP) e projetos de lei.

De acordo com reportagem publicada pelo portal O Globo, Claúdio Filho cita 14 MPs e projetos que teriam sido influenciados e relata ter realizado pagamentos para Renan Calheiros, Rodrigo Maia, Lúcio Vieira Lima, Eunício Oliveira e Delcídio do Amaral, além de Romero Jucá, seu principal interlocutor.

A delação, que conta com 82 páginas, informa que a primeira negociação do ex-diretor foi em relação à MP 252, que criava incentivos fiscais para incrementar exportações. Cláudio teria pedido ao então deputado, hoje ex-ministro do governo Temer, Geddel Vieira Lima para que apresentasse uma emenda que atendesse ao pleito da Odebrecht.

A articulação mais significativa, porém, foi em relação ao projeto que buscava acabar com a chamada "guerra dos portos". O projeto de resoluçãodo Senado federal reduzia e uniformizava a alíquota de importação do ICMS de apreações interestaduais. Couve a Jucá apresentar, então um projeto de lei que zerava a alíquotas para esse tipo de operação. Mais tarde, o senador recebeu "apoio financeiro" de cerca de R$ 4 milhões.

A delação também acusa o pagamento de R$ 7 milhões ao PMDB pela aprovação, “sem percalços” da MP 613/2013, que tratava de incentivos fiscais à produção de etanol e à indústria química.


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