Política
Lava jato
Delação da Odebrecht bate à porta do presidente
Segundo executivo da empreiteira, Michel Temer (PMDB) pediu R$ 10 milhões à empresa
Publicado: 10/12/2016 às 08:23
O presidente Michel Temer (PMDB) pediu R$ 10 milhões ao empreiteiro Marcelo Odebrecht em 2014, segundo o site BuzzFeed e a Revista Veja. A informação estaria na delação do executivo Cláudio Melo Filho, ex-vice-presidente de Relações Institucionais da Odebrecht, um dos 77 delatores da empreiteira na Operação Lava-Jato.
O jornal O Estado de S. Paulo confirmou que Temer teve dois encontros com Odebrecht. Uma das reuniões foi um jantar entre o então vice-presidente, Marcelo Odebrecht e o hoje ministro chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, no Palácio do Jaburu. Em outro encontro, em São Paulo, Temer estaria acompanhado de seu colega de partido Henrique Alves. Ambos, segundo a delação, pediram dinheiro a executivos da empreiteira, em troca de uma obra.
A revista informou nesta sexta-feira, que teve acesso à íntegra dos anexos da delação de Melo Filho, que trabalhou por 12 anos como diretor de Relações Institucionais da Odebrecht. Em 82 páginas, o executivo contou como a maior empreiteira do país comprou, com propinas milionárias, integrantes da cúpula dos poderes Executivo e Legislativo.
Segundo o delator, os R$ 10 milhões foram pagos em dinheiro vivo ao braço direito do presidente, o ministro chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha. O dinheiro também teria sido repassado ao assessor especial do peemedebista, José Yunes, seu amigo há 50 anos. Segundo a revista, deputados, senadores, ministros, ex-ministros e assessores da ex-presidente Dilma Rousseff também receberam propina. A distribuição de dinheiro ilícito teria alcançado integrantes de quase todos os partidos.
O delator apresentou e-mail, planilhas e extratos telefônicos para provar suas afirmações. Uma das mensagens mostra Marcelo Odebrecht, o dono da empresa, combinando o pagamento a políticos importantes, identificados por valores e apelidos como “Justiça”, “Boca Mole”, “Caju”, “Índio”, “Caranguejo” e “Botafogo”.
Em pelo menos um anexo ele cita os nomes de senadores peemedebistas a quem teria distribuído R$ 1 milhão. Em troca, esses políticos teriam agido em defesa dos interesses da Odebrecht no Congresso por meio da aprovação de projetos de lei
A assessoria de imprensa do Palácio do Planalto afirmou que não iria comentar as notícias veiculadas.
PADILHA
O líder do governo na Câmara, André Moura (PSC-SE), minimizou as denúncias envolvendo Eliseu Padilha. Homem de confiança de presidente Michel Temer, ele é acusado de grilagem no Rio Grande do Sul. “Padilha continua gozando da confiança do presidente Temer e de todos os partidos da base aliada”, disse Moura. Pelo Twitter, o líder do PSol na Câmara, deputado Ivan Valente (SP), destacou a crise pela qual passa o governo Temer, que, em seis meses, já perdeu seis ministros, a maioria deles após denúncias envolvendo a Lava-Jato e outros escândalos de corrupção”.
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