Mistério Corpo de Morato pode ser liberado hoje pelo IML Pedido de federalização das investigações chega à Procuradoria Geral da República

Por: Diario de Pernambuco

Publicado em: 30/06/2016 08:20 Atualizado em: 30/06/2016 10:43

O Instituto de Medicina Legal (IML) pode liberar nesta quinta-feira o corpo do empresário Paulo César de Barros Morato. A expectativa é que os laudos toxicológicos e histopatológicos sejam concluídos hoje. Os exames podem indicar se a pessoa ingeriu álcool, drogas ou substâncias tóxicas e se entrou em luta corporal com um possível agressor, ao analisar resídios retirados das unhas do cadáver. O resultado da necropsia, no entanto, só deverá ser divulgado após determinação da Secretaria de Defesa Social (SDS) podendo indicar as causas e circunstâncias da morte, elucidando o mistério e apontando se a vítima cometeu suicídio, foi envenenada ou assassinada.

Nesta quarta-feira, o presidente do Sindicato dos Policiais Civis de Pernambuco (Sinpol), Áureo Cisneiros, denunciou que vísceras coletadas do corpo do empresário foram examinadas por legistas da Paraíba sem que a transferência fosse comunicada ou justificada pela SDS. A secretaria informou, por meio de nota, que a medida foi tomada porque o equipamento que realiza exames toxicológicos, o cromatógrafo gasoso acoplado ao espectofotômetro de massa (CGMS), estaria passando por uma manuntenção períodica. O traslado das amostras de seis vísceras coletadas do corpo da vítima foi realizado na segunda-feira passada por um perito do caso, que viajou para João Pessoa e  retornou ao Recife no mesmo dia.

Na segunda-feira, o Sinpol protocolou junto ao Ministério Público de Pernambuco (MPPE) e à SDS pedidos de justificativa ao governo do estado por ter suspendido a perícia papiloscópica no quarto do Motel Tititi, em Olinda, onde foi encontrado o corpo do empresário Paulo Cézar de Barros Morato, procurado pela Operação Turbulência da Polícia Federal (PF). De acordo com as investigações, a vítima seria "laranja" em um esquema de lavagem de dinheiro que teria sido usado para o financiamento de campanhas do ex-governador Eduardo Campos (PSB) e para a compra do avião que caiu em agosto de 2015, motivando a morte do então candidato à presidência da República e mais cinco pessoas, entre pilotos, assessores e equipe de imprensa de Campos.

No mesmo dia, durante uma entrevista coletiva, a SDS reconheceu uma falha de comunicação entre os integrantes da equipe, mas enfatizou que não haveria intenção de encobrir dados sobre o caso. Sob a coordenação do secretário executivo de Defesa Social, Alexandre Lucena, os nomes que iniciaram a investigação, como a delegada Gleide Ângelo, a perita Vanja Coelho e o perito Lauro Macena participaram da coletiva. Estavam presentes também o chefe de Polícia, Antônio Barros, e o superintende da Polícia Federal, Marcelo Diniz.

Federalização - As justificativas não convenceram os integrantes do Sinpol e da bancada de oposição da Assembleia Legislativa da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) que pedem a federalização das investigações sobre a morte do empresário

Nesta quarta-feira, o pedido protocolado pelo deputado estadual Edilson Silva (PSOL) junto ao Ministério Público Federal- Procuradoria Geral da República, em Pernambuco, foi encaminhado ao procurador-geral Rodrigo Janot, em Brasília. O documento deve chegar à PGR nesta sexta-feira, mas o processo só deverá chegar às mãos de Janot na próxima semana. Não há prazos definidos. Caberá ao procurador-geral da República decidir se apura ou arquiva a investigação. O parlamentar pretende viajar à Brasília para tentar uma audiência com Janot ou assessores do procurador e ainda convocar a bancada do PSOL no Congresso Nacional para pressionar e acompanhar o caso.

 



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