Diario Editorial: Ações permanentes no combate ao Aedes aegypti O combate ao Aedes, no entanto, exige apenas rotina e atenção, principalmente dentro de casa

Por: Diario de Pernambuco

Publicado em: 27/05/2016 06:44 Atualizado em:

A descoberta da relação entre casos de microcefalia em bebês com o zika vírus, transmitido pelo Aedes aegypti, mudou a relação dos brasileiros com o mosquito. De velho conhecido por transmitir a dengue, o Aedes somente passou a ser temido verdadeiramente por conta da chegada do vírus zika e da febre chikungunya no país, todas arboviroses que podem provocar algum tipo de comprometimento na saúde e, no caso da dengue e chikungunya, até a morte. Desde então, surgem as mais diversas ideias de combate ao mosquito. Algumas mirabolantes e até sem comprovação científica. 

Por exemplo, ao invés de colocar borra de café nos pratos dos vasos para criar uma camada sobre a água e assim sufocar as larvas, como sugerem alguns, é melhor e muito mais fácil substituir a água pela areia. O mesmo vale para o uso de vasos autoirrigáveis, defendem entomologistas da Fiocruz. 

Outra receita caseira é a armadilha para larvas conhecida como mosquitérica. É feita com uma garrafa PET e uma tela. Na garrafa são formadas duas câmaras: uma em contato com o ambiente e outra isolada, separadas pela tela. A PET deve ser preenchida com água até cobrir a tela. O mosquito vai até a pequena porção de água e deposita seus ovos, que quando eclodem vão para o fundo, caindo dentro da armadilha e não conseguindo mais retornar para cima da tela. Ali elas ficam presas até se tornarem mosquitos e finalmente morrerem. A mosquitérica é indicada por seus inventores para uso em armários de produtos de limpeza e dispensa. 

O combate ao Aedes, no entanto, exige apenas rotina e atenção, principalmente dentro de casa. Desde observar o acúmulo de água limpa e parada nos lugares mais óbvios, como reservatórios, ou inusitados, como o bebedouro na cozinha e a pia no banheiro. Deixar a larva surgir e ainda virar mosquito para depois agir não é o melhor caminho. Afinal, prevenir é sempre melhor que remediar.

As medidas precisam ser permanentes, em todas as classes sociais. E enquanto os focos não são totalmente eliminados, algumas ações paliativas são recomendáveis, como o uso de repelente no corpo e de roupas longas, além de aplicação de larvicidas domésticos. 

O alerta vale principalmente para nossas gestantes. Até o momento, em Pernambuco, o Centro de Pesquisa Aggeu Magalhães/Fiocruz e o Instituto Evandro Chagas já confirmaram 154 casos de microcefalia relacionados ao vírus zika por detecção laboratorial. Uma geração de crianças que exige cuidados redobrados. Vale a pena observar melhor o entorno onde vivemos para mudarmos o destino de outros bebês em gestação.


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