Por: Julia Schiaffarino - Diario de Pernambuco
Publicado em: 02/09/2015 05:00 Atualizado em: 02/09/2015 10:04
Enquanto tenta montar o quebra-cabeças dos ajustes orçamentários para fechar 2015, a prefeitura do Recife se prepara para receber nas próximas semanas a pauta de negociação salarial dos servidores. No ano passado o reajuste foi de 10,25%, mas o aviso emitido nos corredores do Executivo é de que, agora, todos “vão precisar se adequar às distorções”. O desafio do prefeito Geraldo Julio (PSB) é conduzir o processo da maneira menos traumática possível. Tarefa nada fácil que aumenta o sentimento de “inquietação” que ele tem vivido. “Não é uma situação cômoda para ninguém. Muito menos para ele que vai precisar fazer os anúncios (de cortes)”, disse, em reserva, um dos interlocutores da prefeitura.
Ontem, ao apresentar o Plano Recife 500 Anos, Geraldo Julio, confirmou que, nos próximos dias, serão feitos cortes na máquina, mas evitou detalhes. “Com o aprofundamento da crise e as divulgações dos últimos dados, vai haver necessidade de mais reduções nas despesas e estamos estudando isso… Tudo o que for possível reduzir mantendo os serviços essenciais vamos fazer”, resumiu. Entre possíveis medidas estão corte de terceirizados e comissionados, revisão ou suspensão de contratos, redução de frota de veículos e economia de gasolina.
Essas sugestões foram algumas das apresentadas pelos secretários municipais no sábado passado em uma reunião com o prefeito. Ao contrário do governador Paulo Câmara (PSB) que estabeleceu uma meta e repassou para as secretarias o quanto cada uma precisaria cortar, Geraldo Julio pediu que cada secretários que elaborassem seu plano de readequação para reduzir despesas. Esses documentos têm sido avaliados por ele, que vai decidir quais sugestões acatar e se vai requerer novas medidas para, então, fechar um valor que servirá de meta de economia.
Também durante a conversa do sábado foi colocada principais preocupações da Prefeitura a manutenção do cronograma da folha de pagamento intacto e mecanismos para diminuir o impacto no potencial de investimentos do Executivo. A redução do horário do expediente para diminuir os gastos, como ocorreu no governo do Estado, teria sido descartada por se avaliar que o benefício seria mínimo. Não foi tratado se o calendário de concursos e convocações seriam alterado. A expectativa é de que o anúncio do enxugamento da máquina ocorra até o final da semana.
