Política
Investigação
Ministro antecipa depoimento de testemunhas do caso Rubens Paiva
Militares foram denunciados por homicídio e ocultação de cadáver de ex-deputado
Publicado: 26/09/2015 às 15:22

O ex-deputado Rubens Paiva, morto em 1971, durante a ditadura militar, foi torturado na "Casa da Morte" e teve o corpo jogado em um rio de Itaipava, na Região Serrana do Rio. Foto: Arquivo Pessoal/

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Teori Zavaski determinou a antecipação de depoimentos da acusação contra militares denunciados por homicídio e ocultação do cadáver do ex-deputado Rubens Paiva. O magistrado autorizou o pedido de produção antecipada de provas no feito pelo Ministério Público, que temia que algumas pessoas falecessem por terem idade avançada. Serão ouvidas as testemunhas Inês Etienne Romeu, Riscale Corbage, Marilene Corona Franco.
Militares, como o general Antônio Nogueira Belham, denunciados em 2014 pela procuradoria, entraram com uma reclamação no Supremo que foi distribuída para Teori. Os militares alegam que não podem ser denunciados pelo Ministério Público por causa da Lei da Anistia. Em resposta a eles, Teori suspendeu a tramitação do processo na Justiça Federal do Rio.
O Ministério Público, então, solicitou oitiva antecipada das testemunhas a fim de resguardar provas, uma vez que uma das depoentes já faleceu.
Casa da morte
Inês Etienne Romeu é a única sobrevivente da Casa da Morte em Petrópolis. Belham era o comandante do Destacamento de Operações de Informações do 1º Exército (DOI-I), da Rua Barão de Mesquita, local da morte de Paiva. Etienne é uma das que viu Rubens Paiva dentro das dependências do DOI-I.
Os outros depoentes são o major da Polícia MilitarRiscala Corbage e Marilene Corona Franco, que era estudante psicologia nos anos 70 e irmã de militante do movimento estudantil.
À época, Marilene se exilou no Chile com a irmã e com o cunhado para fugir da repressão. Em depoimento ao Ministério Público do Rio em setembro de 2013, ela disse em foi encarregada pelo cunhado de entregar cartas a Rubens Paiva em janeiro de 1971. Ao chegar no Rio de Janeiro, foi presa antes mesmo de desembarcar do avião.
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