Vice-governador Raul Henry critica gestão econômica do governo e pede fim do "quanto pior, melhor" no Congresso Para peemedebista, momento é de união para superar crise gerada, segundo ele, por equívocos da gestão de Dilma

Por: João Vitor Pascoal - Diario de Pernambuco

Publicado em: 29/07/2015 09:19 Atualizado em: 29/07/2015 09:44

Vice-governador participou de reunião da Amupe ao lado do presidente José Patriota Foto: Alex Brassan/Amupe (Alex Brassan/ Amupe)
Vice-governador participou de reunião da Amupe ao lado do presidente José Patriota Foto: Alex Brassan/Amupe

Um basta no “quanto pior, melhor”. Esse foi um dos pontos defendidos pelo vice-governador de Pernambuco, Raul Henry (PMDB), durante palestra para dezenas de prefeitos e lideranças municipais do estado em reunião extraordinária realizada ontem (28) na sede da Associação Municipalista de Pernambuco (Amupe). O peemedebista destacou que a “luta partidária” é própria da democracia, mas nesse momento o objetivo primordial deve ser “fazer o que é necessário pelo país”. O vice-governador apontou união como caminho para sair da crise que, segundo ele, como todas as demais crises, terá um fim.

Enfatizando que seu posicionamento mostrava uma opinião pessoal e não partidária ou do governo, Raul criticou a postura atual do Congresso Nacional que vem impondo derrotas ao Governo Federal, mesmo em questões importantes que vão onerar ainda mais a União, como é o caso do fim fator previdenciário. “Vai custar quinze bilhões por ano essa aventura do Congresso Nacional, uma aventura populista e irresponsável com o futuro do país”, afirmou o peemedebista. “O Congresso não pode votar para agravar a crise, nós temos que fazer ajustes na economia, que passam inclusive pela redução dos gastos públicos em todos os níveis da federação. Estar contra o país e torcer pelo ‘quanto pior melhor’ é inaceitável, é uma falta de compromisso público”, complementou.

Críticas a Dilma

Os termos “populista” e “irresponsável” foram escolhidos também pelo vice-governador para definir a política econômica da gestão da presidente Dilma, apontada como causadora da crise no país e de reflexos no estado e municípios. “A receita de Pernambuco vai cair esse ano R$ 1 bilhão de reais. Este ano, já perderam emprego no estado 68 mil pais de família, isso em consequência dessa gestão populista e irresponsável da economia brasileira”.

Entre os equívocos da gestão econômica do governo Dilma, Raul destacou a política econômica baseada no consumo das famílias e no custeio do estado, além do “populismo tarifário” que segundo o vice-governador, custou R$ 100 bilhões aos cofres da Petrobras e R bilhões ao setor elétrico. “A presidente foi Ministra de Minas e Energia, achou que entendia de energia e quebrou o setor elétrico. Agora o povo paga na conta de luz pra tirar o setor elétrico da situação em que ela colocou”.

Cobrança em Brasília

A reunião da Amupe definiu a pauta que será levada pelos gestores municipais do estado para uma marcha de prefeitos de todo o Brasil no próximo dia 5, em Brasília. O objetivo é cobrar celeridade do Congresso Nacional nas votações referentes ao pacto federativo. Em um primeiro momento, a cobrança maior será sobre o aumento do prazo para o fim dos lixões, que será analisada em comissão na Câmara dos Deputados, além da responsabilidade da manutenção da iluminação pública, que estará em estudo no Senado.  “Não podemos nos encolher, temos que levar a crise para o colo de quem tem mais responsabilidade sobre isso”, apontou o presidente da Amupe e prefeito de Afogados da Ingazeira, José Patriota (PSB).  A marcha também pretende conseguir um aporte de cerca de R$ 1 bilhão do governo federal para compensar o aumento menor que o previsto no FPM. O governo calculou o percentual do reajuste de 0,5% sobre os últimos 6 meses e não sobre os últimos 12 meses como era previsto.



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