Queda de Braço Conflito do PSDB em banho-maria Alckmin declara apoio à recondução de Aécio Neves à presidência nacional do PSDB, mas quer aval na disputa pela presidencial de 2018

Por: Julia Schiaffarino - Diario de Pernambuco

Publicado em: 05/07/2015 09:46 Atualizado em:

Na queda de braço entre tucanos paulistas e mineiros, a vantagem ficou com São Paulo que, ao que tudo indica, deve “reinar” na nova composição da executiva nacional do partido a ser definida no próximo dia 5, durante a Convenção Nacional do PSDB. A presidência será mantida por Aécio Neves, que é senador por Minas Gerais, mas a crise interna pela qual passa a legenda, muito em decorrência das críticas por falta de diálogo interno, o obrigou a ceder espaço. Quem mais ganhou com isso foi o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, que assume um protagonismo antes exercido pelo ex-governador José Serra. No meio desse turbilhão, o pernambucano Bruno Araújo permanece na vice-presidência.

“Os dois, Aécio e Alckmin, de maneira muito habilidosa, conseguiram evitar qualquer tipo de ruído e chegamos com tudo equalizado. A parte administrativa (secretaria-geral) ficará com Silvio Torres, que é muito ligado a Alckmin”, explicou Araújo. O governador paulista é rival interno de Aécio na disputa pela candidatura à Presidência da República em 2018 e a recondução de Aécio ao cargo passou, justamente, pela declaração de apoio de Geraldo Alckmin. Dias antes, os tucanos paulistas haviam fechado acordo para aumentar a participação na direção da sigla. O suplente de senador, José Anibal, também ligado ao governador paulista, deve ser confirmado à frente do instituto Teotônio Vilela, que era presidido por Sérgio Guerra. Deve garantir vaga, ainda, o secretário de Transporte do governo paulista e presidente tucano no estado, Duarte Nogueira. 

De acordo com Bruno Araújo, a definição sobre o candidato do PSDB para 2018 será um processo que vai depender do resultado das urnas no ano que vem, quando ocorrem as eleições municipais. “Há um ambiente interno de disputa que é salutar e que não contaminou as relações. Até porque ninguém sabe ao certo como serão as eleições de 2018. Terá espaço quem tiver se legitimado e com melhores condições”. 

Segundo Bruno, para a disputa municipal de 2016, a meta anunciada do partido é ter candidato em todas as capitais brasileiras. A prioridade, é São Paulo. Já no Norte e Nordeste, Araújo citou Recife, Maceió e Manaus. Em Salvador deverá ser mantida a aliança com o DEM. 

Um dos desafios da nova diretoria, no entanto, será construir um discurso capaz de impor uma agenda de oposição de maneira a se fortalecer e consequentemente para concorrer, novamente, à presidência.“Há no inconsciente da população uma homogeneização entre PT e PSDB e como o PT tem perdido de maneira importante sua referência nossa expectativa é chegar no próximo ano como a opção dos brasileiros”, completou Bruno Araújo. O partido chegou a ensaiar uma postura mais agressiva com a defesa de impeachment da presidente Dilma, mas retrocedeu, um dos motivo, aliás que gerou críticas a Aécio Neves por parte dos tucanos.


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