Serra Talhada Prefeitos esvaziam reunião e projeto de SAMU continua distante do Sertão Gestores não querem assumir mais uma responsabilidade e evitam assumir custos para manter ambulâncias que poderiam salvar vidas. O SAMU é tripartite, sendo 25% dos recursos oriundos do município, 25% do estado e 50% do governo federal.

Publicado em: 18/03/2015 14:11 Atualizado em: 18/03/2015 14:21

Ricardo Fernandes/DP/D.A Press (Ricardo Fernandes/DP/D.A Press)
Ricardo Fernandes/DP/D.A Press

Prefeitos esvaziaram, nesta quarta-feira (18), a reunião realizada pela Gerência Regional de Saúde, do governo do estado, em Serra Talhada. Dos 35 municípios convidados, apenas 10 enviaram representantes (Betânia, Calumbi, Carnaubeira da Penha, Flores, Floresta, Itacuruba, Santa Cruz da Baixa Verde, São José do Belmonte, Triunfo e a própria Serra Talhada). O esvaziamento pode ser proposital, já que existe uma celeuma entre os municípios desta macrorregião quanto à operacionalização do SAMU. Serra Talhada afirma ter feito sua parte e que o pleno funcionamento do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência depende também dos demais municípios, mas frisa que não instalará o SAMU sem apoio dos demais prefeitos da região, porque teria de assumir despesas para socorrer vítimas em outros municípios.

O prefeito Luciano Duque (presente ao evento) diz que falta às demais cidades aprontarem as centrais de comunicação. O esvaziamento do encontro pode ter acontecido exatamente para fugir do comprometimento, nenhum outro prefeito, além de Duque, compareceu à reunião e 25 cidades sequer mandaram representantes.

“Cada município sabe das suas competências e responsabilidades”, disse Luciano para os secretários de Saúde presentes. O Dr. Clóvis Carvalho, da 11ª gerência regional, mandou o recado (para os gestores) através dos presentes, dizendo que “os municípios precisam assumir as responsabilidades e suas despesas”. O secretário Executivo de Saúde da capital do xaxado, Aron Lourenço, também completou. "E se a intenção dos prefeitos das demais cidades for pressionar Serra Talhada a assumir tudo sozinha, isso não acontecerá", frisou, para acrescentar. "Podem ter certeza que não vamos cometer um suicídio, como assim aconteceu em Caruaru e Petrolina, onde municípios assumiram sozinhos as responsabilidade e acabaram contraindo um endividamento extraordinário, isso não se repetirá aqui”.

Além do SAMU, foram debatidas também as questões do HOSPAM, cirurgias eletivas, saúde mental, atenção à saúde/atenção primária, PNI (Programa Nacional de Imunização), vigilância em saúde, regulação-monitoramento entre outros.

Jogo de cena

Para alguns opositores que acompanham mais diretamente a celeuma, a postura do Governo de Serra Talhada é puro jogo de cena, uma vez que, comenta-se nos bastidores, o próprio Luciano Duque trabalha para que o funcionamento não aconteça tão logo, tendo em vista o alto custo que sua gestão terá, estimada em R$ 1 milhão ao mês. Mesmo assim, na reunião de hoje, o prefeito disse que o projeto do SAMU é viável.

“Nós temos alinhamento com a secretária executivo do ministério da saúde, Ana Paula Menezes Sóter,  que já foi assessora de Humberto (Costa) e que já foi diretora de Planejamento da Secretaria Estadual de Saúde de Pernambuco, e esta nos garantiu que a atenção com esta região será especial”, disse Duque, afastando a hipótese de que os municípios, incluindo Serra Talhada, estejam fazendo corpo mole temendo possíveis atrasos por parte do Governo Federal, já que o SAMU é tripartite, sendo 25% dos recursos oriundos do município, 25% do estado e 50% do governo federal.

 

Com informaçõesda Papiro Comunicação e Marketing



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