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Terapia Cinoterapia: o cão como "médico" do ser humano Cães treinados para acompanhar pessoas que sofrem das mais diversas enfermidades contribuem para a recuperação dos pacientes

Publicado em: 21/12/2015 20:08 Atualizado em: 22/12/2015 01:10

Foto: Carolina Braga/Esp. DP
Foto: Carolina Braga/Esp. DP
Cada vez mais difundida no Brasil, a cinoterapía surgiu aproximadamente no século 18, na Inglaterra. O método consiste na utilização de cães adestrados para acompanhar pacientes em tratamento físico, psíquico e emocional. O diretor cinotécnico do Kennel Club do Estado de Pernambuco, Joaquim Cavalcanti, conta como a terapia chegou ao estado. "O idealizador da cinoterapia foi o doutor Ivan Sobral, um dos diretores do Kennel. A cada dia o trabalho se desenvolve e se consolida", afirma.

Hospitais como o Barão de Lucena, o Imip e o Caps recebem a visita dos cães, conforme relata Luiz Alexandre Almeida, presidente do Kennel Club. "Temos notado um progresso muito grande tratando-se do relacionamento entre cão e paciente. O tempo dos pacientes nos hospitais diminui, e há uma melhora na autoestima tanto dos doentes adultos quanto das crianças. Os cães trazem muita alegria. O retorno é muito positivo", conta.

Almeida define a cinoterapia como "um tratamento do animal para que ele desenvolva um trabalho junto ao paciente" e revela que o Kennel de Pernambuco foi o primeiro centro do Brasil a desenvolver a atividade, a qual vem se expandindo no país. "Temos mais ou menos 20 cães aptos a trabalhar", estipula. Ele explica que a função do cão é adequada à necessidade do paciente. "Tomamos como exemplo uma pessoa que precise melhorar os movimentos do braço. Damos à ela uma bola de tamanho pequeno, e ela joga para o cão pegar. A partir daí, ela faz um trabalho de fisioterapia. E é eficiente. É uma clara demonstração da forte relação entre cão e ser humano", exemplifica.

Ivan Sobral foi o idealizador do tratamento. Foto: Carolina Braga/Esp. DP
Ivan Sobral foi o idealizador do tratamento. Foto: Carolina Braga/Esp. DP
A projeção para tempos futuros também é animadora. "No próximo ano vamos começar a utilizar o adestramento de cães para acompanhar crianças portadoras de autismo. Profissionais como médicos e psicólogos vão nos acompanhar e facilitar nosso trabalho", diz.

Luiz Alexandre também revela o trabalho do Kennel junto aos clubes de cães. De acordo com o presidente, cada espécie canina é selecionada para a cinoterapia de acordo com suas características físicas e temperamentais. A partir daí, eles se tornam aptos a desenvolver atividades na companhia de terapeutas ocupacionais. "Existem cerca de 70 clubes de cães do Brasil. Nós mobilizamos as pessoas desses clubes a participarem do trabalho voluntário. Além disso, a sensibilidade e até mesmo o porte dos animais ajudam na evolução dos pacientes", afirma.

Ele acrescenta ainda a existência de outras atividades no clube. "Além da cinoterapia, também promovemos a formação e doação de cães-guias, que promovem a inclusão social dos cegos. Em nosso terreno também preservamos árvores de Mata Atlântica. Recebemos visitas de alunos de escolas públicas. No clube eles têm aula de fisiologia canina e preservação ambiental", pontua.

Fundado em 1947, o Kennel Club de Pernambuco fica na BR 101, km 15,5, no bairro de Jardim Paulista, no município de Paulista, na região metropolitana do Recife. É o único centro de adestramento de cães no Norte-Nordeste do Brasil.

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