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Pecão
Aves são mansas quando há paciência e carinho por parte do dono
A docilidade das aves estão associadas não só àquelas raças mais indicadas para o convívio social, em geral, os papagaios, araras e calopsitas
Publicado: 16/07/2015 às 15:52

Calopsita é uma das raças mais indicadas para o convívio social. Foto: Luiz Mariano/Flickr/Divulgação/
À época do descobrimento do Brasil, os índios apresentaram ao Velho Mundo araras e papagaios amigos, que homenageavam em majestosos cocares e armas decoradas. Impressionados, os europeus transformaram a arara-azul e a arara-canindé em símbolos de status social. A partir dos estudos do naturalista inglês Charles Darwin sobre os formatos dos bicos das aves e como isso interferia na alimentação deles surgiram ferramentas e instrumentos mecânicos, a exemplo de tesouras e pinças.
A ligação com esses animais, que inspiraram até os sonhos do homem, se fortaleceu e ganhou a educação ambiental como impulso, na avaliação do biólogo Ramon Palhares, do Vale Verde Parque Ecológico, instalado em Betim, na Grande Belo Horizonte. Ele e as equipes de cuidadores que coordena colecionam provas diárias de amizade com os bichos durante o trabalho.
A aproximação e a docilidade das aves estão associadas não só àquelas raças mais indicadas para o convívio social, em geral, os papagaios, araras e calopsitas. “A mesma proximidade que temos com os cães podemos ter com as aves. O que diferencia é a forma de manejo desses animais. Eles ficam mansos também quando há paciência e carinho da parte do dono”, afirma Ramon.
Um bom começo para relações mais afetivas é a interatividade com as aves, o que os visitantes do parque mais procuram, independentemente da idade, segundo o biólogo. O viveiro encantado dos coloridos lóris é um dos espaços do empreendimento criado para promover essa experiência, capaz de levar a sensações difíceis de descrever em palavras. No recinto, as pessoas alimentam as aves e podem ser tocadas por elas.
Ramon sabe bem o que é ser amigo das aves. O grou-coroado Xodó, de 4 anos, recebeu os primeiros cuidados, ainda na casca do ovo, das mãos do biólogo. A amizade surgiu e cresceu com tanta intensidade que a chamada ave-do-paraíso passou a exigir atenção diária, usando o bico para dar leves cutucadas no amigo, sem provocar dor. Xodó faz questão de cumprimentar Ramon todos os dias, não dispensa as brincadeiras diárias e o cafuné em sua farta coroa.
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