Portugal é oportunidade para internacionalização na Europa

Tiago Sales
Co-fundador e sócio da Mesa

Publicado em: 17/05/2024 03:00 Atualizado em: 16/05/2024 23:02

Cinco bilhões de euros. Este é o valor que Portugal investiu no mercado de tecnologia em 2023. Em três anos, o setor se tornou um dos mais promissores do país, com crescimento de cerca de 24%. E esse momento de transformação digital é a ocasião perfeita para que, em busca de uma oportunidade de internacionalização, startups e empresas de tecnologia brasileiras aterrissem na Europa e atuem como facilitadoras da inovação no território.

Quando embarquei no Porto Digital, em 2019, já estava evidente a vontade no parque de alçar voos maiores. A Mesa, empresa da qual sou sócio, também buscava novos desafios no exterior, o que nos aproximou ainda mais do projeto. Mas foi necessário um cenário favorável encontrado em terras lusitanas — com financiamentos, políticas fiscais e potencial de negócios — para que, em parceria com o Porto, abríssemos em 2023 nossa primeira filial na cidade portuguesa de Aveiro. Até o fim deste ano, teremos um time inteiro dedicado ao continente.

Empresas brasileiras que buscam se internacionalizar podem e deveriam fazer o mesmo. Portugal, hoje, possui uma combinação única de ecossistema tecnológico e aporte de recursos que justificam o empenho, como a Startup Voucher, modalidade que financia projetos digitais e verdes no valor de trinta mil euros por beneficiário; ou o InovCommerce, que incentiva projetos de empreendedorismo para potencializar a inovação no comércio português. O Sistema de Incentivos Fiscais à Inovação (SIFIDE) do país também oferece créditos fiscais de até 82,5% sobre despesas relacionadas a pesquisa e desenvolvimento.

Além dos investimentos, o governo português tem implementado políticas específicas para impulsionar seu avanço tecnológico. Uma delas é o PNR, ou Programa Nacional de Reformas, com estímulo à formação de parcerias público-privadas para o desenvolvimento de soluções digitais nas áreas de economia, saúde, educação e administração pública. Todos esses esforços são resultado da cooperação com a União Europeia para desvincular o país da crise financeira que viveu na década passada.

Até 2027, serão 23 bilhões de euros investidos no mercado local por meio do programa Portugal 2030; e o primeiro dos objetivos estratégicos do plano está diretamente ligado a empreendedorismo, inovação e conectividade. O compromisso da região em se tornar referência em tecnologia confirma sua capacidade de ser a base estratégica para expansão global que, há tempos, muitos negócios de Pernambuco e do Brasil vinham procurando.

Munido não apenas de sólidos benefícios para empreendedores e ecossistema auspicioso, mas de uma localização ímpar que é ponte entre Europa, África e Américas, Portugal é reflexo de um novo momento internacional. Momento esse que favorece a cooperação entre nações e, principalmente, a disrupção de antigas fronteiras em prol do avanço tecnológico. Cabe a nós, neste período tão promissor, explorar oportunidades decisivas como esta para conquistar novos mercados e mostrar a força do empreendedorismo pernambucano.

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