Geração Z enfrenta problemas para ingressar no mercado de trabalho

Alex Araujo
CEO da 4 Life Prime

Publicado em: 20/05/2024 05:00 Atualizado em:

A geração Z, a mais tecnológica, enfrenta problemas com ferramentas digitais, quando começa a trabalhar.

Esta talvez seja a progênie à qual se prometeu mais qualidade de vida, mas que enfrenta os piores problemas climáticos, bélicos e sociais da contemporaneidade. A ideia precipitada de haver uma precoce revolução digital encetada por crianças e jovens que têm nos veículos móveis uma educação equivalente a que tiveram os Millennials com a televisão é, mais uma vez, fruto de uma propaganda enganosa que mais serve para alienar do que para garantir um futuro promissor aos nascidos nesta época.

Ao ingressarem na área em que vão atuar profissionalmente, esses indivíduos não sabem usar as ferramentas convencionais para o exercício laboral. A participação no mercado ocorre aos solavancos, divergindo das mudanças impostas, atualmente. Estas são consideradas pessoas que sabem muito bem mexer com informação, sem, contudo, aprofundar-se em seu conteúdo.

Há muito mais preocupação dessa população com critérios anódinos aos mais velhos: por exemplo, existe a tendência por se atraírem muito mais à maneira liberal de viver  do que às filigranas sociais decorrentes de cargos e hierarquias. Enquanto os millennials se empenharam muito para alcançar boa colocação profissional, os Gen Z preferem atribuir às suas vidas critérios mais racionais: entendem que têm deveres com a profissão, mas não os  encaram se submetendo a sonhos e realizações distorcidas por conceitos que os aprisionaram a status.

Ofensas forçam as empresas a mudar a maneira pela qual se expressam com os seus funcionários. A liderança tem de se reinventar. Como remediar uma situação como esta?

O retorno construtivo funciona melhor que o impositivo. Destacar as boas características do empregado, nesses casos, contribui  para  desenvolver o vínculo nas interações. Outro aspecto importante a ser avaliado: todo o retorno enunciado deve estar aberto para a réplica dos que integram a corporação, de modo que haja um diálogo e a construção de uma relação mais sólida.

Os colaboradores devem tirar do vocabulário a palavra “conflito”, substituindo-a  por “encontro” geracional. Afinal, esta é a primeira vez que há mais de uma geração compartilhando o mesmo espaço. Tais locais podem conter elementos que promovam a  efervescência de ideias, melhorando a produção de tarefas . A diversidade etária também pode trazer benefícios: criatividade, inovação e  observações diferentes quanto  ao mesmo produto ou tarefa.

Mas se há tanto potencial em questão , por que, mesmo assim, a geração Z insiste em fugir  do topo da hierarquia, no âmbito corporativo?

Há muitos casos em que candidatos declinam de  cargos os quais  seriam – para muitos – considerados o apogeu da carreira . Os motivos para isso são diversos: priorização  da liberdade; expectativas de aumento de estresse; falta de interesse pelas responsabilidades, que são atributos de um cargo de liderança; e a fuga da perspectiva de trabalhar mais horas. Redefinem-se às regras do jogo. Valorizam-se experiências significativas, flexibilidade de horário e  um lugar que promova bem-estar.

Esta é uma das gerações que mais tem interesse por audiência genuína; ou seja, eles gostam de ser ouvidos. Por isso, desenvolver um plano de desenvolvimento para o time pode ajudar na interlocução entre as partes que compõem a equipe. Espaços com segurança psicológica costumam atraí-los. Isto porque eles são mais atentos a estes temas, considerando-os no momento de começar a trabalhar. Conforme especialistas, o ideal é valorizar a individualidade de cada um e encorajar as contribuições.

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