Por uma nova indústria

Ricardo Essinger
Presidente da Fiepe

Publicado em: 28/02/2024 03:00 Atualizado em: 28/02/2024 06:10

O programa Nova Indústria Brasil, lançado no começo deste ano pelo governo brasileiro, é animador e realista. Alentador, por fortalecer as bases para a retomada de uma nova política de industrialização; e realista, porque contou com a participação das principais entidades do setor na sua elaboração, conhecedores que são das dificuldades históricas e dos novos caminhos a percorrer, das prioridades e das dificuldades que a globalização impõe.

Esta retomada também deve ser vista como incentivo à produtividade e oportuno reconhecimento aos múltiplos desafios enfrentados pelo setor industrial – muitos dos quais de ordem tributária, razão maior do processo de desindustrialização que atingiu o setor em anos recentes. Pernambuco deixou de ser protagonista, embora tenha buscado construir alicerces para contribuir efetivamente com o crescimento econômico nacional.

Dos seis compromissos que o programa assume – batizados como missões – Pernambuco pode e deve ter participação efetiva. Direta ou indiretamente, esta Federação das Indústrias vem trabalhando, incentivando e formando parcerias para que a indústria seja protagonista do desenvolvimento, incluindo a região no mapa do desenvolvimento nacional.

O primeiro capítulo, que trata especificamente das agroindustriais sustentáveis, encontra aqui solo fértil e experiência secular. Pernambuco está apto a produzir equipamentos para agricultura de precisão e vem investindo nesse tema com o Cluster de Inovação para a Agroindústria do SENAI em Petrolina. O quarto tópico trata da transformação digital da indústria para ampliar a produtividade. Área que temos nos antecipado, principalmente na formação da base, na promoção de cursos de educação, que se tornaram as metas mais bem-sucedidas do Sistema Fiepe.

Estamos investindo nos alicerces da Tecnologia da Informação, no desenvolvimento da Indústria 4.0. Para isso, o Senai de Pernambuco vai inaugurar o Cluster de Inovação Industrial em Suape, prestando permanente colaboração às mais de 220 empresas sediadas no complexo industrial e portuário. É mais um capítulo na sinergia com a Tecnologia da Informação, um papel preponderante que o Sistema Fiepe vem desempenhando para a modernização do industrial em nosso Estado.

São longos e acidentados os novos caminhos. Sabemos que ainda temos que fazer o dever de casa: perseverar, unindo setores públicos e privados em torno da redução dos juros, dos spreads, da aprovação das reformas administrativa e tributária e procurando interação junto ao cenário econômico internacional.

Esperamos que, com isso, possamos ter um Estado mais proativo e bem mais participativo, disposto a investir e assistir empresas, crescendo junto, superando o longo hiato e a omissão que vivenciamos nos últimos anos. Estamos todos cientes e conscientes de que as convergências devem sempre superar as divergências. Para isso, será fundamental avançar numa política nacional que veja o setor produtivo como gerador de empregos e indutor do desenvolvimento.

Este pode ser o início da caminhada.

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