GUERRA
Programa Alimentar Mundial alerta que esgotou os seus estoques em Gaza
A ONU declarou que esgotou todos os seus estoques de alimentos às cozinhas que servem refeições à população em GazaPublicado em: 25/04/2025 13:39 | Atualizado em: 25/04/2025 13:44
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Foto: Bashar TALEB / AFP |
Nesta sexta-feira (25), o Programa Alimentar Mundial (PAM), agência da ONU, declarou que esgotou todos os seus estoques de alimentos às cozinhas que servem refeições quentes a população da Faixa de Gaza, enquanto o governo israelense continua com o bloqueio a entrada de ajuda humanitária e intensos ataques na região.
O PAM, uma das principais organizações internacionais que fornecem alimentação ao território palestino, alertou que as cozinhas comunitárias ficarão sem comida nos próximos dias.
Os ministros das Relações Exteriores da Alemanha, França e Reino Unido fizeram um apelo conjunto para que Israel permita a entrada de ajuda humanitária em Gaza e cumpra as leis do Direito Internacional. "A ajuda humanitária nunca deve ser utilizada como instrumento político”, diz o comunicado.
Israel, por sua vez, alega que a suspensão ao acesso de qualquer ajuda humanitária ao enclave visa pressionar o Hamas a libertar os reféns ainda mantidos em Gaza.
Nos seus mais recentes ataques aéreos contra várias zonas, a Defesa Civil palestina disse que as forças israelenses mataram hoje pelo menos 13 pessoas, incluindo uma mulher grávida, o marido e os três filhos do casal numa tenda com deslocados na cidade de Khan Yunis, além de uma família de seis pessoas. A Defesa Civil anunciou ainda que encontrou mais 11 corpos numa casa atingida no dia anterior por um bombardeio em Jabalia.
Os militares israelenses confirmaram o ataque a zona e argumentaram que tinha como alvo terroristas que operavam num centro de comando e controle do Hamas e da Jihad Islâmica. Israel anunciou uma ofensiva em grande escala em Gaza se os reféns não forem libertados, afirmou o chefe do Estado-Maior do Exército, Eyal Zamir, na quinta-feira, durante uma visita ao território.
Segundo fontes médicas locais, o último balanço aponta mais de 51 mil mortos desde o início da guerra, sendo 17 mil crianças.
Após a quebra de uma trégua de dois meses no conflito, o Exército de Israel retomou a sua ofensiva em 18 de março. Cerca de duas mil pessoas morreram em Gaza desde a violação de Tel Aviv do cessar-fogo no mês passado.
As duas partes mantêm canais de negociação com os mediadores internacionais, Egito, Catar e Estados Unidos, para uma nova suspensão das hostilidades e libertação dos reféns, no entanto não chegaram a um acordo.
O conflito foi desencadeado pelos ataques liderados pelo grupo Hamas em 07 de outubro de 2023 no sul de Israel, onde fez cerca de 1.200 mortos, na maioria civis, e 250 reféns.