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Coligação se reúne para estudar contingente militar no pós-guerra na Ucrânia

Na abertura da reunião, o ministro da Defesa britânico afirmou que a primeira prioridade é garantir a segurança nos céus, seguida do mar e parte terrestre

O Chefe do Estado-Maior da Defesa britânico, Tony Radakin, o Secretário de Defesa britânico, John Healey, o Ministro da Defesa francês, Sébastien Lecornu, Chefe do Estado-Maior das Forças Armadas francesas, Thierry Burkhard, observam antes de uma reunião da "Coalizão dos Ministros da Defesa dispostos" na sede da OTAN

Reunião que acontece hoje na sede da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), em Bruxelas, reúne cerca de 30 países e tem como objetivo fazer progressos no planejamento de uma força multinacional para ajudar a manter a paz na Ucrânia a longo prazo, com a ideia de um destacamento militar para reforçar a segurança quando for alcançado um cessar-fogo.

É o primeiro encontro entre os ministros da Defesa de cada país, chamado de coligação dos dispostos que apoiam a Ucrânia, e é organizada e liderada pelo Reino Unido e a França.

Na abertura da reunião, o ministro da Defesa britânico, John Healey, afirmou que a primeira prioridade é garantir a segurança nos céus, seguida do mar e parte terrestre, com a finalidade de haver um contingente que assegure a paz por completo no território.

Os países também visam o reforço do exército ucraniano para se proteger de qualquer ofensiva futura. “A coligação tem um planejamento real e substancial. Os nossos planos estão bem desenvolvidos e temos objetivos claros para a Ucrânia", anunciou Healey, acrescentando que 200 responsáveis militares dos 30 países estão trabalhando para desenvolver planos para aprofundar a participação europeia na Ucrânia.

De acordo o ministro do Reino Unido, a coligação deve estar preparada para quando chegar o momento da paz e as forças de garantia serão um dispositivo de segurança empenhado e considerável para garantir uma paz plena, justa e duradoura na Ucrânia.

Healey ainda apontou que a Rússia continua os ataques diários contra o território ucraniano e que é preciso exercer toda a pressão possível sobre o Kremlin para que haja uma negociação concreta e definitiva.

Já o presidente francês, Emmanuel Macron, limitou a um grupo de países interessados o destacamento, que deverá ter o apoio técnico e político dos Estados Unidos, como insiste também o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer.

Nas reuniões da coligação, os EUA não participam, mas o sucesso da operação depende do apoio de Washington com poder aéreo ou outra assistência militar. No entanto, a administração Trump ainda não se comprometeu publicamente com estas iniciativas.

Por isso, os países permanecem relutantes em contribuir com pessoal sem a ajuda da Casa Branca, uma vez que os europeus não possuem as capacidades dos sistemas de armas, informações e vigilância por satélite dos EUA.

A chefe da política externa da União Europeia (UE), Kaja Kallas, declarou que os ministros atuam para tentar manter os norte-americanos no mesmo objetivo. Kallas defendeu ser necessário especificar que tipo de força a coligação estará disposta a enviar para a Ucrânia depois de uma trégua, seja para fins de segurança, dissuasão, controle ou manutenção da paz. "Existem diferentes opções e, como é óbvio, diferentes países têm diferentes sensibilidades em relação a esta questão", explicou, referindo que alguns governos estão dispostos a participar, outros não.

No entanto, Trump já avisou recentemente que a Europa deve cuidar da sua própria segurança e da segurança da Ucrânia no futuro.

Enquanto isso, na sexta-feira, representantes de cerca de 50 países vão se reunir igualmente na sede da OTAN para arrecadar apoio militar para a Ucrânia, numa cúpula presidida pelo Reino Unido e a Alemanha.

Leia a notícia no Diario de Pernambuco