Reforço
Cúpula em Paris reúne líderes mundiais em apoio à Ucrânia
Na reunião estarão presentes autoridades da União Europeia e aliados da OTANPublicado em: 27/03/2025 10:56
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Foto: Ludovic MARIN / POOL / AFP |
Nesta quinta-feira (27), o presidente da França, Emmanuel Macron, reúne em Paris líderes e representantes de mais de 20 países, que buscam oferecer garantias de segurança à Kiev devido a invasão russa.
Na reunião estarão presentes autoridades da União Europeia e aliados da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), dentre eles, Reino Unido, Canadá, Turquia e Noruega. Também o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, o secretário-geral da Aliança Atlântica, Mark Rutte, e o presidente do Conselho Europeu, António Costa, marcam presença no encontro.
O líder francês já declarou na quarta-feira que destinou um reforço de dois bilhões de euros em apoio militar à Kiev.
Esta cúpula acontece após recentes reuniões que já foram realizadas na capital francesa e em Londres para discutir a disponibilização das garantias de segurança ao governo ucraniano. “A finalidade agora é concretizar o trabalho sobre um apoio militar a curto prazo, além de desenvolver um modelo de exército ucraniano sustentável para evitar futuras invasões russas e as garantias de segurança que os exércitos da Europa podem fornecer, inclusive os destacamentos terrestres na Ucrânia”, disse Macron.
O encontro em Paris ocorre dois dias depois da Casa Branca ter anunciado um acordo com as delegações ucraniana e russa para uma trégua no Mar Negro, que foi negociada na Arábia Saudita. Outro acordo ainda foi negociado anteriormente por Washington a respeito de cessar os ataques a instalações energéticas de ambos os lados. No entanto, Moscou e Kiev continuam a trocar acusações que as ofensivas continuam, sendo que as duas partes dizem cumprir o acordado.
Condições do acordo do Mar Negro
Segundo o comunicado divulgado pela Casa Branca, o entendimento do cessar-fogo no Mar Negro visa garantir a navegação segura, eliminar o uso da força e impedir navios comerciais para fins militares. Mas, a Rússia fez uma série de condições antes da sua implementação, como o acordo só entrar em vigor após a suspensão das restrições ocidentais ao comércio de cereais e fertilizantes russos, uma exigência que os especialistas avaliam como pouco provável de ser obedecida.
Já Dmitry Peskov, porta-voz do Kremlin, afirmou que estas condições são as mesmas que foram impostas pela Rússia no período do acordo original do Mar Negro. “Todas as condições foram cumpridas, exceto as relacionadas ao lado russo. Então desta vez a justiça deve prevalecer e nós vamos continuar o nosso trabalho com os americanos", garantiu.
Moscou se retirou em 2023 do tratado da Iniciativa do Mar Negro, negociado pela ONU e pela Turquia em 2022, que permitia à Ucrânia exportar os seus produtos agrícolas por via marítima. Na ocasião, o governo russo considerou que os obstáculos às suas próprias exportações de alimentos e fertilizantes não tinham sido atenuados conforme prometido nos termos do acordo. A partir daí, Kiev estabeleceu um corredor marítimo que lhe permite negociar, apesar dos seus portos e navios serem atacados regularmente.