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SÍRIA
Novo governo sírio anuncia congelamento do Parlamento e Constituição por três meses
Coligação de grupos rebeldes que tomou o poder na Síria no último domingo também elegeu um primeiro-ministro responsável pela transição
Publicado: 12/12/2024 às 13:02

Combatentes rebeldes sentam-se em seu veículo em uma estrada na capital Damasco/Foto: LOUAI BESHARA/AFP
O novo governo da Síria declarou que irá congelar a Constituição e o Parlamento durante o período de transição de três meses, anunciou o porta-voz para os assuntos políticos das novas autoridades do país, Obaida Arnaout.
"Vai ser formada uma comissão jurídica e de direitos humanos para examinar a Constituição e introduzir alterações. A nossa prioridade é preservar as instituições e protegê-las. O novo governo de transição pretende instaurar o Estado de direito após mais de meio século de regime do clã Assad. Todos aqueles que cometeram crimes contra o povo sírio vão ser julgados de acordo com a lei. Respeitamos a diversidade religiosa e cultural na Síria, que se manterá tal como está", afirmou Arnaout.
A coligação de grupos rebeldes que tomou o poder na Síria no último domingo também elegeu um primeiro-ministro responsável pela transição, Mohammad al-Bashir, que prometeu não perseguir as minorias e levar estabilidade e calma ao povo sírio, devastado por 13 anos de guerra civil e pelo violento regime de Bashar al-Assad. A previsão é de que o chefe de governo de transição permaneça na função também por um período de aproximadamente três meses, até 01 de março de 2025.
Bashir disse que foi realizada uma reunião entre os ministros do autodenominado Governo de Salvação e os antigos ministros de Assad para a transferência do poder.
Em 27 de novembro, a coligação de grupos da oposição liderados pela organização islâmica Hayat Tahrir al-Sham (HTS), sob o comando de Abu Mohammed al-Jolani, lançou uma ampla ofensiva e conquistou vastos territórios em cerca de dez dias, antes de entrar na cidade de Damasco, pondo fim ao regime da família al-Assad.
Num país de maioria muçulmana sunita, Bashar al-Assad, exilado na Rússia, é membro da minoria alauita. Já a atual Constituição do país data de 2012 e não especifica que o Islã é a religião do Estado.