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GUERRA

Grupos rebeldes se aproximam de Homs, cidade síria estratégica do governo

Facções extremistas estão a cinco quilômetros da terceira maior cidade do país, após já terem tomado o controle de Hama e de Alepo

Publicado: 06/12/2024 às 12:19

Outdoor queimado com um retrato do presidente sírio Bashar al-Assad na praça Saadallah al Jabiri, no centro de Aleppo/Foto: OMAR HAJ KADOUR/AFP

Outdoor queimado com um retrato do presidente sírio Bashar al-Assad na praça Saadallah al Jabiri, no centro de Aleppo/Foto: OMAR HAJ KADOUR/AFP

Segundo o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH), organização não-governamental com sede em Londres, as facções extremistas na Síria avançaram em direção a Homs e estão hoje a cinco quilômetros da terceira cidade do país, depois de já terem tomado o controle de Hama e de Alepo, a segunda maior.
 
“Os rebeldes liderados pelos extremistas islâmicos do Hayat Tahrir al-Sham (HTS) entraram nas cidades de Rastan e Talbisseh, localizadas em Homs, na ausência total das forças do regime do presidente Bashar al-Assad”, informou a ONG.
 
Homs é uma cidade estratégica que liga a capital à costa do Mediterrâneo, um reduto político de Assad, e extremamente importante para sua permanência no poder.
 
O OSDH acrescentou que a população civil abandonou a cidade de Homs na quinta-feira (5) e fugiu em direção à costa ocidental, temendo ainda que os rebeldes continuem a avançar em direção a Damasco, apos os grupos extremistas terem capturado a cidade estratégica de Hama, situada nas proximidades, numa ofensiva que representou um duro golpe para o governo.
 
No entanto, o ministro da Defesa sírio, Ali Abbas, afirmou que a retirada das tropas governamentais de Hama foi "uma medida tática temporária".
 
A cidade de Hama fica situada ao sul de Aleppo, e controla a estrada para Homs, a cerca de 40 quilômetros a sul, e para a capital Damasco.
 
Por outro lado, o líder do grupo Hezbollah, Sheikh Naim Qassem, declarou hoje que se compromete a ficar do lado do governo sírio diante do avanço de "grupos terroristas" que tentam semear o caos no país, mas sem indicar detalhes sobre como irá apoiar o presidente Assad neste contexto.
 
Em 27 de novembro, os rebeldes liderados pelos extremistas islâmicos do HTS lançaram uma ampla ofensiva surpresa a partir do reduto em Idlib, no noroeste, tomando dezenas de cidades, Alepo, no norte e Hama.
 
O líder das forças islâmicas na Síria, Abu Mohammed al-Jolani, afirmou que a finalidade do ataque relâmpago no país foi derrubar o regime de Assad."Quando falamos de objetivos, o objetivo da revolução é derrubar este regime. Temos o direito de usar todos os meios necessários para atingir este objetivo. Nossa meta é criar um governo baseado em instituições e escolhido pelo povo. O Hayat Tahrir Al-Sham pretende construir a Síria e trazer de volta os refugiados sírios do Líbano e da Europa. As sementes da derrota do regime sempre estiveram dentro dele, os iranianos tentaram reavivar o regime, ganhando tempo, e depois os russos também tentaram apoiá-lo. Mas a verdade permanece; este regime está morto", revelou al-Jolani, em uma entrevista exclusiva ao canal CNN Internacional.
 
De acordo também com o Observatório Sírio dos Direitos Humanos, essa retomada e escalada do conflito já fez mais de 800 mortos.
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