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Líbano já tem 250 mil desalojados e hospitais em crise

Fontes de segurança sírias revelaram que mais de 22 mil pessoas que fogem dos ataques no Líbano entraram na Síria desde a última segunda-feira (23)

Publicado em: 26/09/2024 15:55

Família abrigada em uma escola de Beirute  (foto: AFP)
Família abrigada em uma escola de Beirute (foto: AFP)

O ministro do Ambiente e coordenador do Plano Nacional de Emergência do Líbano, Nasser Yassin, assegurou que o país está definitivamente sobrecarregado com a deslocação em massa de pessoas devido aos consecutivos ataques israelenses nos últimos dias. “Já são 250 mil desalojados em apenas três dias. Assistimos milhares de pessoas serem deslocadas neste preciso momento”, contou, acrescentando que Tel Aviv tem de “voltar a ter juízo”.

 

Por outro lado, o governo de Israel recusou qualquer cessar-fogo e informou que obteve um pacote de ajuda dos Estados Unidos no valor de 8,7 bilhões de dólares para apoiar os seus esforços militares. 

 

"Cerca de 77 mil pessoas foram registradas e  transferidas para abrigos coletivos criados pelo governo, mas o número pode ser superior ao indicado. Isto é imenso para qualquer país, para um pequeno país como o Líbano, isto é uma proporção significativa da população do Líbano, um país que atravessa múltiplas crises, o que sobrecarrega ainda mais todas as áreas da resposta em que estamos trabalhando”, avisou Bassam Mawlawi, ministro do Interior libanês.

 

Segundo Mawlawi, o número total de pessoas que fugiram do Sul e do Leste do Líbano será provavelmente muito mais elevado, uma vez que muitas saíram para serem acolhidos em casas de famílias e hotéis, por exemplo, para além dos abrigos oficiais.

 

Além disso, fontes de segurança sírias revelaram que mais de 22 mil pessoas que fogem dos ataques no Líbano entraram na Síria desde a última segunda-feira (23).

 

Também o Ministério da Saúde Pública libanês divulgou que Israel efetuou nesta quinta-feira (26) até agora um total de 115 ataques aéreos no Líbano, provocando pelo menos 60 mortos no sul e leste do país, e ainda em um bairro de Beirute.

 

Na reunião de urgência realizada ontem (26) no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas, o primeiro-ministro do Líbano, Najib Mikati, também denunciou que a soberania de seu país tem sido violada e que os hospitais do país estão repletos de civis feridos, incluindo mulheres e crianças. “Os hospitais não conseguem mais receber feridos e a ameaça de invasão terrestre espalharam terror e medo entre os cidadãos libaneses”, discursou Mikati, que apelou a ONU e a comunidade internacional que pressionem Israel por um cessar-fogo.

 

A crise no sistema de saúde libanês teve início na semana passada, depois das duas ondas de ataques coordenados que explodiram milhares de pagers e walkie-talkies, usados pelo Hezbollah, que matou dezenas de pessoas e deixaram mais de três mil feridos. As detonações causaram um forte impacto nas unidades de saúde, que em pouco tempo, tiveram que receber simultaneamente uma quantidade enorme de pacientes. O ministro da Saúde do Líbano, Firass Abiad, afirmou que uma situação emergencial e repentina dessa magnitude iria gerar confusão e caos em qualquer sistema de saúde do mundo.


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