GUERRA
Rússia acusa Ucrânia de impor a abertura do Mar Negro à OTAN
Na quarta-feira, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, assinou um decreto sobre a nova Estratégia de Segurança Marítima que pretende adotar
Por: Isabel Alvarez
Publicado em: 18/07/2024 15:34 | Atualizado em: 18/07/2024 22:41
Governo russo acusou a Ucrânia de querer abrir as águas do Mar Negro à OTAN (Foto: Pixabay) |
O governo russo acusou a Ucrânia de querer abrir as águas do Mar Negro à Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), após o anúncio de Kiev de uma nova estratégia de segurança marítima na região. Moscou avançou que vai tomar medidas para garantir a segurança do país.
"A presença concentrada de navios da OTAN, e temos em conta a Bulgária e a Romênia, que são Estados litorais da Aliança Atlântica, representa ameaças adicionais para a Rússia, especialmente na situação atual. É claro que a Rússia vai tomar todas as medidas necessárias para garantir a sua própria segurança", afirmou Dmitri Peskov, porta-voz do Kremlin, se referindo ao envolvimento direto dos países da aliança no conflito em torno da Ucrânia.
Na quarta-feira, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, assinou um decreto sobre a nova Estratégia de Segurança Marítima que pretende adotar, na qual prevê alterações e inovações, sobretudo no Mar Negro, e que é acompanhada por uma estratégia com seus aliados internacionais.
Peskov ainda destacou que a presença de Estados não pertencentes ao Mar Negro naquelas águas é regulada de forma muito rigorosa pela Convenção de Montreux. "A Turquia é, neste caso, o administrador e desempenha as suas funções de modo muito claro", completou.
Desde 1936, a Convenção de Montreux atribui à Turquia o controle dos estreitos do Bósforo e do Dardanelos que fazem a ligação dos mares Negro e Mediterrâneo.
Segundo o governo de Ancara, os navios mercantes têm a liberdade de passagem, no entanto os de guerra estão sujeitos a restrições que variam de acordo se eles pertencem ou não aos países que margeiam o Mar Negro.
O representante da Crimeia no parlamento russo, Mikhail Sheremet, também acusou Zelensky de querer prolongar o conflito com a Rússia. “A nova estratégia de segurança marítima de Kiev visa à construção de forças navais ucranianas e garantir a presença das forças da OTAN no Mar Negro. Mas, se a pressão militar da Ucrânia enfraquecer, Zelensky deixará de ser necessário para o Ocidente e os países da aliança militar vão deixar de apoiá-lo como líder ucraniano”, disse Sheremet.
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