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Hamas diz que não vai ceder nas negociações de cessar-fogo

Líder do gabinete político do Hamas afirmou que grupo não cederá nas negociações após as forças israelenses terem matado os seus filhos e netos em um ataque em Gaza

Publicado em: 11/04/2024 20:05

Líder do gabinete político do Hamas, Ismail Haniyeh (foto: AFP)
Líder do gabinete político do Hamas, Ismail Haniyeh (foto: AFP)

O chefe do gabinete político do Hamas, Ismail Haniyeh, afirmou na sua base em Doha, capital do Catar, que o grupo não cederá nas negociações de cessar-fogo após as forças israelenses terem matado os seus filhos e netos num ataque na Faixa de Gaza.  “Matar os filhos dos líderes apenas torna o Hamas mais firme nos nossos princípios e na adesão à nossa terra. Quem pensa que, ao visar os meus filhos durante as negociações e antes de um acordo ser acordado, isso forçará o Hamas a recuar nas suas exigências, está delirando”, diz um comunicado do líder do Hamas.

 

 

 

Haniyeh disse que três dos seus filhos, Hazem, Amir e Mohammed, e quatro netos, Mona, Amal, Khalid e Razan, foram mortos quando estavam a caminho para visitar familiares no campo de refugiados de Shati, no norte de Gaza, para o Eid al-Fitr, celebração de três dias que começou na quarta-feira e marca o  fim do Ramadã, mês sagrado dos muçulmanos. Além disso, acrescentou que outros parentes foram feridos, incluindo um menor. “O carro deles foi alvo de um ataque aéreo israelita. Sessenta dos meus familiares foram mortos na guerra de seis meses, incluindo 14 que morreram depois de um ataque aéreo israelita ter atingido a casa da família na cidade de Gaza em outubro”, sublinhou.

 

As Forças de Defesa de Israel (IDF) e o serviço de segurança interna do país, o Shin Bet, confirmaram ter matado os filhos de Haniyeh. Segundo o porta-voz das IDF, Daniel Hagari, Amir Haniyeh era comandante de célula na ala militar do Hamas e Mohammad e Hazem Haniyeh eram agentes militares do grupo e estavam preparando atos terroristas na zona central da Faixa de Gaza.

 

De acordo com a mídia de Israel, o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, e o ministro da Defesa, Yoav Gallant, não formam consultados previamente sobre o ataque aéreo que causou a morte dos filhos de Ismail Haniyeh e que foi coordenado entre as forças do exército de Israel e os serviços secretos israelitas.

 

Já o ministro da Segurança Nacional de Israel, Itamar Ben-Gvir, prometeu tornar mais duras as condições dos prisioneiros palestinos nas prisões israelitas.

 

Apesar dos apelos da comunidade internacional a um cessar-fogo e da resolução do Conselho de Segurança das Nações Unidas, as negociações registram progressos limitados, com o Hamas exigindo o fim da ofensiva israelita e à retirada completa das suas forças de Gaza. Por sua vez, o governo de Israel diz que a prioridade é a libertação dos seus reféns e que pretende eliminar totalmente o Hamas, anunciando ainda que tem planos para novas ações militares em Gaza.

 

Enquanto isso, a secretária-geral adjunta da ONU, Amina Mohammed, declarou que a humanidade e a comunidade internacional perderam a sua bússola moral em relação à Gaza. Apelou à ação, afirmando: "Estamos atrasados".

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