ORIENTE MÉDIO
Conselho de Segurança da ONU votará pedido de adesão da Palestina
Representação da Palestina na ONU publicou na rede social X um texto no qual as nações árabes demonstraram apoio total ao pedido palestino
Por: Isabel Alvarez
Publicado em: 17/04/2024 12:40
Adesão de um país à ONU só pode ir à votação na Assembleia geral após uma recomendação do Conselho de Segurança (Foto: Nicholas Robert/AFP) |
O Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas vai discutir e votar na quinta-feira (18) o pedido apresentado pela Palestina para se tornar um Estado-membro de pleno direito da ONU, avançaram fontes diplomáticas.
Esta reunião do Conselho de Segurança, prevista há várias semanas, deverá contar com a presença de diplomatas de vários países árabes.
A representação da Palestina na ONU publicou na rede social X um texto no qual as nações árabes demonstraram apoio total ao pedido palestino. "Apelamos a todos os membros do Conselho de Segurança para que votem a favor do projeto de resolução apresentado pela Argélia em nome do grupo árabe. No mínimo, imploramos aos membros do Conselho que não obstruam esta iniciativa essencial", afirmaram.
O projeto de resolução da Argélia recomenda apenas à Assembleia geral das Nações Unidas que reconheça o Estado da Palestina como membro da ONU, algo que requer a aprovação da maioria de dois terços dos membros.
Segundo a Autoridade Palestina, 137 dos 193 Estados-membros da ONU reconhecem unilateralmente o Estado da Palestina. Entretanto, a adesão de um país à ONU só pode ir à votação na Assembleia geral após uma recomendação do Conselho de Segurança, onde os Estados Unidos, aliados de Israel, podem usar o poder de veto.
Já as fontes diplomáticas, que pediram para não serem identificadas, disseram à agência de notícias France-Presse (AFP) que a votação irá coincidir também com uma reunião da instituição sobre a situação na Faixa de Gaza.
Recentemente, o vice-embaixador dos Estados Unidos na ONU, Robert Wood, admitiu aos jornalistas que a posição norte-americana não mudou e o reconhecimento total da Palestina devia ser negociado bilateralmente entre Israel e os palestinos, não na ONU, apesar de não ter manifestado explicitamente que Washington ia vetar.
A Palestina é considerada um Estado observador na ONU desde 2012, um estatuto que partilha com o Vaticano.
Em 1947, a ONU aprovou a partilha da Palestina em dois Estados, um judeu e outro árabe. Essa resolução foi rejeitada pela Liga dos Estados Árabes. Em 1948, as Nações Unidas aprovaram a partir da Resolução 181, a divisão do território da Palestina. Assim, 53,5% do território foi destinado a Israel e 45,4% do território designado aos palestinos. Os judeus ficaram com a maior parte do território, mesmo tendo apenas na ocasião 30% da população.
A independência da Palestina foi declarada em 15 de novembro de 1988, no entanto existe desde então uma grande resistência no seu reconhecimento por diversos países e falta de apoio internacional, sobretudo dos Estados Unidos, maior aliado de Israel. Além disso, muitas das áreas reivindicadas pelo Estado da Palestina estão ocupadas por Israel.
Com a Guerra dos Seis Dias em 1967, à delimitação das fronteiras israelenses culminou na ocupação da maior parte do território palestino. Atualmente, a Palestina é formada pela Faixa de Gaza e pela Cisjordânia, com centenas de assentamentos israelitas, com pequenas extensões de terra onde vive a maioria dos palestinos que saíram de suas residências originárias em razão da criação do Estado de Israel. A Palestina não é considerada propriamente um Estado, mas sim um território que luta pelo seu reconhecimento internacional.
COMENTÁRIOS
Os comentários a seguir não representam a opinião do jornal Diario de Pernambuco; a responsabilidade é do autor da mensagem.
Mais notícias
Mais lidas
ÚLTIMAS