Russos e bielorrussos não participarão do desfile na abertura das Olimpíadas

O Comitê Olímpico Internacional (COI) anunciou que os atletas russos e bielorrussos não vão poder participar do desfile das delegações na cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos de 2024, em Paris.

 

"Os atletas neutros individuais não participarão no desfile das delegações de equipes durante a cerimônia de abertura, uma vez que são atletas individuais. Este é o mesmo cenário que foi usado para os participantes olímpicos independentes nos Jogos Olímpicos de Barcelona 1992, no caso da antiga Iugoslávia", diz o comunicado do COI. 

 

Estes atletas também só poderão participar se não apoiam ou apoiaram a guerra na Ucrânia e se não fizerem parte das forças armadas da Rússia. No entanto, a instituição informou ainda que não foi tomada uma decisão quanto à cerimônia de encerramento, tendo em conta que não são as delegações que entram na cerimônia de encerramento, mas todos os atletas em conjunto. 

 

Além disso, o Comitê Olímpico Internacional fez acusações contra a Rússia, alegando que o país quer criar uma competição, os "Jogos da Amizade", para concorrer com os Jogos Olímpicos de Paris. As provas que serão realizadas na Rússia também vão ter uma edição de inverno, o que o COI criticou como uma afronta, argumentando que a organização dos Jogos Olímpicos permite a participação de atletas russos e bielorrussos desde que compitam com bandeira neutra. O COI pediu que qualquer país que receba um convite de Moscou o recuse e afirma ser contra a politização do desporto. 

O COI também fez acusações ao governo russo sobre a falta de respeito pelos padrões globais de antidoping, acrescentando as preocupações da Agência Mundial de Antidoping sobre os Jogos da Amizade, que não vão ter um programa antidoping sério.

 

“O COI nota que, contrariamente aos princípios fundamentais da Carta Olímpica e das resoluções da Assembleia-Geral da ONU, o governo russo pretende organizar eventos desportivos puramente por razões políticas. O governo russo criou e custeou a Associação Internacional da Amizade para criar os Jogos da Amizade de verão e inverno. É uma tentativa cínica da Federação Russa em politizar o desporto. A Comissão de Atletas do COI, representando todos os atletas do mundo, opõe-se claramente a usar atletas como propaganda política. A Comissão vê também como possibilidade os atletas serem forçados a participar em algumas competições pelos governos, sendo explorados como parte de uma campanha de propaganda política”, diz o texto da entidade. 

 

O Comitê Olímpico Internacional ressaltou que não culpa os russos pela criação dos jogos até porque existem muitas outras competições regionais. No entanto, o COI considera que a Rússia está criando esta nova competição como arma diplomática, através de contatos diretos com vários governos.