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GUERRA

EUA e Israel retomam conversações sobre Gaza

Decisão do primeiro-ministro israelense de cancelar a viagem planejada para esta semana a Washington havia interrompido as negociações

Publicado em: 28/03/2024 12:17

Joe Biden, presidente dos Estados Unidos, e Benjamim Netanyahu, primeiro-ministro de Israel (Foto: MIRIAM ALSTER / POOL / AFP)
Joe Biden, presidente dos Estados Unidos, e Benjamim Netanyahu, primeiro-ministro de Israel (Foto: MIRIAM ALSTER / POOL / AFP)
Nesta quinta-feira (28), a Casa Branca revelou que Israel e Estados Unidos retomaram as conversações sobre uma visita oficial de uma delegação do alto escalão israelita a Washington para discutir a ofensiva militar terrestre contra Rafah. “Estamos trabalhando para encontrar uma data conveniente que obviamente funcione para os dois lados”, afirmou Karine Jean-Pierre, porta-voz presidencial.
 
As negociações haviam sido canceladas pelo primeiro-ministro israelense, Benjamim Netanyahu, ter cancelado a viagem planejada para esta semana a Washington, após os norte-americanos se absterem na votação do Conselho de Segurança da ONU sobre um cessar-fogo em Gaza, permitindo assim que fosse aprovado.
 
O ministro dos Assuntos Estratégicos de Israel, Ron Dermer, e o conselheiro de Segurança Nacional, Tzachi Hanegbi, farão parte da delegação que irá a capital dos EUA. 
 
Netanyahu tinha assinalado na quarta-feira, durante um encontro com o senador norte-americano Rick Scott, em visita a Israel, que a sua decisão de cancelar a viagem tinha como objetivo transmitir uma mensagem ao Hamas de que a pressão da comunidade internacional contra Israel não o levará a encerrar a guerra.
 
A delegação israelita a Washington deveria discutir uma prometida invasão terrestre da cidade de Rafah, no sul de Gaza, onde estão deslocados milhares de civis da parte cento e norte do enclave palestino. Até agora, Israel tem rejeitado os apelos norte-americanos para que cancele a planejada invasão.
 
No entanto, os EUA se opõem a um ataque terrestre em Rafah e insistem no risco de vítimas civis e no aumento do isolamento do governo de Tel Aviv, defendendo ‘alternativas’ que visam os últimos redutos do Hamas. Os EUA e Israel também divergem quanto à situação pós-conflito e à forma de abrir caminho à criação de um Estado palestino, ao qual Netanyahu se opõe veementemente.
 
Mas, o presidente norte-americano Joe Biden garantiu que não usará o seu principal meio de pressão, ou seja, cortar a ajuda militar a Israel.
 
Por outro lado, em uma sondagem da empresa Gallup, publicada ontem, mostrou que somente 36% dos americanos aprovam as ações de Israel, em comparação com 50% em novembro.

Enquanto isso, o jornal Times of Israel, que cita um relatório egípcio do jornal diário em língua árabe Al-Akhbar, revelou que Israel prepara uma operação terrestre em Rafah em meados de abril ou início de maio, e que terá uma duração entre quatro a oito semanas, sendo acompanhada por uma retirada da população civil que permanece na cidade.
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