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GUERRA
Ataque aéreo maciço da Rússia causa mortos, feridos e afeta indústria energética na Ucrânia
Segundo autoridades da Ucrânia, as forças russas lançaram de madrugada um dos maiores ataques aéreos contra o território ucraniano desde o início da guerra
Publicado: 22/03/2024 às 10:29

Incêndio em uma subestação elétrica após um ataque com mísseis em Kharkiv/Foto: SERGEY BOBOK / AFP
Nesta sexta-feira (22), as autoridades da Ucrânia disseram que as forças russas lançaram de madrugada um dos maiores ataques aéreos contra o território ucraniano desde o início da guerra, causando pelo menos dois mortos e 14 feridos.
O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, informou que a ofensiva teve como alvo principal as centrais elétricas, linhas de transmissão de energia e uma central hidroelétrica. “As autoridades estão tentando restabelecer o fornecimento de eletricidade nas regiões afetadas pelo ataque, incluindo Kharkiv e Sumi (nordeste), Odessa (sul), Poltava e Dnipropetrovsk (centro) e Vinitsia e Ivano Frankivsk (oeste), declarou.
O ministro ucraniano da Energia classificou o bombardeio desta madrugada como o maior ataque à indústria energética da Ucrânia nos últimos tempos, que causou também o corte de uma das duas linhas de energia que abastecem a central nuclear em Zaporijia, ocupada por Moscou, onde três pessoas estão desaparecidas.
"Esta situação é extremamente perigosa e ameaça desencadear uma situação de emergência, porque em caso de corte da última linha de comunicação com a rede elétrica nacional, a central nuclear de Zaporijia estará à beira de um novo apagão", alertou a Energoatom, a operadora da central.
O governador da região de Kharkiv, Oleg Syniegoubov, comunicou que cerca de 700 mil residências estão sem eletricidade. Já o gabinete do governador de Khmelnitsky, no oeste do país, indicou que o ataque causou danos em infraestruturas críticas e que as equipes de socorro estão à procura de mais vítimas sob os escombros de edifícios.
Zelensky afirmou que a Ucrânia precisa de mais sistemas de defesa aérea para poder proteger a população, infraestruturas, casas e barragens. "É importante compreender o custo dos atrasos e das decisões adiadas. Os aliados sabem exatamente o que é necessário. E eles podem nos dar. Estas soluções são necessárias. A vida deve ser protegida", acrescentou Zelensky, que na quarta-feira já tinha pedido ao Conselho Europeu mais sistemas de defesa aérea.
A força aérea ucraniana anunciou que as defesas antiaéreas foram capazes de abater 55 dos 63 aparelhos aéreos não tripulados (drones) explosivos Shahed, fabricados pelo Irã, e 37 dos 88 mísseis lançados pela Rússia.