GUERRA

Ucrânia admite que avião russo podia transportar prisioneiros

Avião militar russo Ilyushin-76 foi derrubado por mísseis no espaço aéreo na zona de Belgorod-Kharkiv

Publicado em: 26/01/2024 13:39

Avião Ilyushin-76 (Foto: Fadel Senna/AFP)
Avião Ilyushin-76 (Foto: Fadel Senna/AFP)
A Ucrânia reconheceu a possibilidade do avião militar russo Ilyushin-76, derrubado por mísseis no espaço aéreo na zona de Belgorod-Kharkiv, transportar 65 prisioneiros ucranianos para uma troca, algo que negava até agora, afirmando que a aeronave transportava armas. 
 
“Se a informação de que havia prisioneiros de guerra ucranianos for confirmada, estaremos perante outra grave violação do direito humanitário internacional por parte da Rússia, no primeiro caso em que a Rússia utiliza escudos humanos no ar para cobrir o transporte de mísseis", declarou a vice-representante da Ucrânia na Organização das Nações Unidas (ONU), Khrystyna Hayovyshyn, na sessão do Conselho de Segurança, convocada de urgência por Moscou para abordar o incidente do avião.
 
Esta é a primeira declaração oficial da Ucrânia, na qual admite que a informação fornecida pelo Kremlin pode ser verdadeira. Hayovyshyn também disse que seu país registrou uma queixa criminal contra a Rússia por ter violado um dos artigos da Convenção de Genebra. “Ao ter omitido o seu dever de garantir a segurança dos prisioneiros, ao usar um meio de transporte que é um alvo legítimo de guerra devido ao uso militar”, apontou.
 
No entanto, Hayovyshyn reiterou mais uma vez o pedido de Kiev para que haja uma investigação internacional urgente sobre os acontecimentos e acrescentou que, seja qual for o resultado, "a responsabilidade final recai sobre a Rússia" por ter lançado a guerra contra a Ucrânia.
 
ONU diz que não há condições de verificar as teses da queda do avião
 
A subsecretária-geral das Nações Unidas para Assuntos Políticos, Rosemary DiCarlo, indicou que a ONU não tem condições de verificar os relatos ou circunstâncias da queda do avião militar russo, próximo da fronteira com a Ucrânia.
 
Na sessão extraordinária do Conselho de Segurança, DiCarlo citou as acusações de ambos os países e que os dois lados estão realizando investigações separadas. “O que está claro é que o incidente ocorreu no contexto da invasão russa da Ucrânia”, salientou, além de apelar que a Rússia e à Ucrânia evitem ações, retórica e acusações que possam inflamar ainda mais a situação.
 
Segundo a versão da Rússia, o avião abatido pela Ucrânia tinha 65 prisioneiros de guerra ucranianos a bordo, além de seis tripulantes e três guardas russos, que alegadamente viajavam para a Ucrânia para realizar uma troca de prisioneiros. 
 
Em contrapartida, Kiev, que confirmou que estava sendo preparada uma troca de prisioneiros e ainda reconheceu a sua responsabilidade na queda do avião, garantiu que o avião transportava armas. Além do mais, reafirma que não recebeu qualquer pedido da Rússia para proteger o espaço aéreo ao redor da área de Belgorod--Kharkiv, como já foi anteriormente feito em outras ocasiões.
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