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GUERRA
Ataques do Irã ao Iraque e a Síria escalam tensão no Oriente Médio
Irã lançou mísseis balísticos, no Curdistão, na região de Arbil, no norte do Iraque, alegando que os alvos eram "espiões do regime israelita" no país
Publicado: 16/01/2024 às 14:15

Ao menos quatro civis morreram e seis ficaram feridos/Foto: KURDISTAN 24 / AFP
O Irã lançou mísseis balísticos, no Curdistão, na região de Arbil, no norte do Iraque, alegando que os alvos eram ‘espiões do regime israelita’ no país, onde atingiram uma área perto do consulado dos Estados Unidos. As autoridades locais informaram que ao menos quatro civis morreram e seis ficaram feridos. “O ataque iraniano é terrorista, um ato desumano que foi perpetrado”, acusou Omed Khoshnaw, governador de Arbil.
Mas, nas últimas horas, os Guardas da Revolução de Teerã também atacaram a Síria, visando uma base do grupo extremista Estado Islâmico.
Essas ofensivas ocorrem com a escalada da tensão na região, que teve inicio com o conflito entre Israel e o Hamas, e que, nas últimas semanas, tem tomado o Oriente Médio, com os constantes ataques no sul do Líbano pelo grupo xiita Hezbollah ao norte de Israel, além dos ataques dos Houthis, no Mar Vermelho, e a resposta com os bombardeios realizados pelos EUA e o Reino Unido ao Iêmen. Enquanto isso, a Turquia também revelou ter destruído 23 alvos em ataques aéreos contra militantes curdos no norte do Iraque e na Síria. Segundo Ancara, atingiram cavernas, abrigos, túneis, armazéns de munições, materiais de abastecimento e instalações utilizadas pela organização terrorista no norte da Síria e nas regiões de Metina, Gara, Hakurk e Qandil, no norte do Iraque. A Turquia se refere ao Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), que é considerado como grupo terrorista pela Turquia, Reino Unido e EUA.
A França já reagiu ao ataque pelos Guardas da Revolução iranianos em Arbil e afirmou que representa uma “violação flagrante, inaceitável e preocupante” da soberania do Iraque e que contribui para a escalada regional e deve cessar as suas ações.
Já o departamento de Estado norte-americano e o Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca também criticaram igualmente os ataques, numa reação à ação dos Guardas da Revolução iranianos contra alvos no Iraque e na Síria. “Nenhum elemento, nem qualquer instalação norte-americana foram atingidos”, garantiu Adrienne Watson, porta-voz do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca.
Por outro lado, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores iraniano, Nasser Kanaani, declarou que Teerã respeita a soberania e a integridade territorial de outros países, no entanto age em defesa da sua soberania e segurança, assim como combate o terrorismo, usando o seu direito legítimo e legal de dissuadir ameaças à segurança nacional. “Em resposta às recentes atrocidades do regime sionista, que causou a morte de comandantes da Guarda e do Eixo da Resistência, um dos principais quartéis-generais de espionagem da Mossad na região do Curdistão iraquiano foi destruído com mísseis balísticos”, disse um porta-voz dos Guardas da Revolução do Irã.
Em contrapartida, a chancelaria iraquiana condenou os disparos de mísseis, uma ação que considerou uma “agressão visando à soberania do Iraque e a segurança da população”. As autoridades iraquianas asseguram que vão tomar todas as medidas legais necessárias, incluindo uma queixa junto do Conselho de Segurança da ONU.