GUERRA

EUA afirma que Israel começou a perder apoio

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, declarou que o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, tem de "mudar" o seu governo

Publicado em: 12/12/2023 15:50

Joe Biden falou sobre a situação na Faixa de Gaza nesta terça-feira (12) (Foto: Jim Watson/AFP)
Joe Biden falou sobre a situação na Faixa de Gaza nesta terça-feira (12) (Foto: Jim Watson/AFP)
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, afirmou nesta terça-feira (12) que Israel está começando a perder apoio por causa do bombardeio indiscriminado sobre a Faixa de Gaza, que já matou milhares de civis palestinos. Biden declarou também que o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, tem de "mudar" o seu governo.
 
Enquanto isso, os países muçulmanos se mobilizam para alcançar um apoio esmagador à resolução que a Assembleia-Geral da ONU votará hoje exigindo um cessar-fogo imediato em Gaza, após Washington ter vetado a mesma exigência na semana passada no Conselho de Segurança das Nações Unidas. A Organização de Cooperação Islâmica (OIC, o maior organismo muçulmano do mundo) esta em total mobilização para obter o máximo de apoio possível, segundo o embaixador palestino junto às Nações Unidas, Riyad Mansour.
 
Mansour considera que as expectativas ao apoio para o cessar-fogo desta vez seja muito maior do que em 26 de outubro, quando 120 países na Assembleia votaram a favor de uma resolução que pedia uma "trégua imediata e duradoura" no enclave. Na ocasião, 14 países, entre eles os EUA e Israel, votaram contra e 45 se abstiveram. “Desta vez, a linguagem é mais clara, pede um cessar-fogo imediato e esperamos angariar o apoio de quase toda a comunidade internacional, o que servirá para enviar uma mensagem a Washington”, avaliou o embaixador palestino.
 
Já o Canadá, a Austrália e a Nova Zelândia apóiam os esforços internacionais urgentes, no sentido de alcançar um cessar-fogo em Gaza. "Estamos alarmados com a diminuição do espaço seguro para civis em Gaza. O preço de derrotar o Hamas não pode ser o contínuo sofrimento de todos os civis palestinos. Mas, um cessar-fogo não pode ser unilateral e o Hamas deve libertar todos os reféns e parar de usar civis palestinos como escudos humanos", disseram os primeiros-ministros dos três países numa declaração conjunta. 
 
Chefe da diplomacia da UE diz que situação em Gaza é apocalíptica
 
O Alto-representante da União Europeia para os Negócios Estrangeiros, Josep Borrell, descreveu uma situação apocalíptica na Faixa de Gaza e que é um desafio sem precedentes. "Infelizmente, o nível de destruição de edifícios em Gaza é mais ou menos, até mesmo superior, à destruição nas cidades alemãs durante a Segunda Guerra Mundial", disse. 
 
Borrell acrescentou que deve haver outra maneira de combater o Hamas, argumentando que deve haver moralmente uma alternativa à morte de tantas pessoas inocentes, entre elas, crianças. No Parlamento Europeu, o chefe de diplomacia da UE defendeu que o que se tem assistido não pode ser justificado do ponto de vista da necessidade de erradicar o Hamas, face aos elevados custos em termos de vidas humanas perdidas, causadas pelos bombardeios e pelo bloqueio imposto, e em termos de destruição.
 
Israel está sendo pressionado para um cessar-fogo por boa parte da comunidade internacional devido o nível de devastação em Gaza. Em pouco mais de dois meses há mais de 50 mil feridos, morreram mais de 18 mil pessoas, a maioria civis, além de trabalhadores das Nações Unidas e jornalistas.

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