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/Foto: AFP
De acordo com declarações do comissário da União Européia, Virginijus Sinkevicius, ao jornal Valor Econômico, o bloco europeu poderá aprovar o acordo de livre-comércio com o Mercosul ainda no final de 2002, caso o Brasil assegure e estabeleça através de um documento medidas ambientais. "Estamos trabalhando no acordo do Mercosul, em uma carta paralela ou adendo, que será finalizada, espero, este ano em relação às partes que faltam, como, por exemplo, as questões de proteção ambiental", disse o comissário.
Além disso, Sinkevicius afirmou que a UE se encontra aberta ao diálogo com o governo brasileiro sobre o acordo e poder assim alcançar um resultado satisfatório sobre o pacto UE-Brasil, porém espera ver liderança e mudança de atitude por parte de Brasília. “Espero liderança. O Brasil tem uma situação única, com ecossistemas únicos, vasta biodiversidade. Espero que se coloque em posição dianteira e ajude a construir um ambicioso Marco Global da Biodiversidade”, destacou.
Anteriormente embaixadores da UE já revelaram que o acordo de livre-comércio com o bloco sul-americano não será sancionado se não forem adotadas ações concretas que evitem a escalada de destruição da floresta amazônica. Além disso, outro ponto que criou um impasse para acelerar o firmamento do pacto é um projeto de lei que está pendente no Congresso Nacional brasileiro a respeito da abertura de terras indígenas protegidas para a exploração de mineração, que conta com o apoio do governo federal.
Segundo Sinkevicius se esta lei for ratificada isto poderá afetar bastante o processo para finalizar o acordo Mercosul-UE e também o pedido de adesão do Brasil para ingressar na Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). "Isso definitivamente não ajudaria. Mas ainda é muito cedo para dizer se o Brasil mudou a política e agora está levando a sério a proteção ambiental, só vou acreditar quando vir. Neste momento, os números são muito alarmantes. Em 2021 houve recorde de desmatamento e parece que 2022 pode ser até pior", acrescentou.
Enquanto isso, determinadas autoridades brasileiras culparam os opositores do acordo de aproveitar as preocupações ambientais como uma desculpa para o protecionismo comercial. No começo do ano, o próprio presidente Jair Bolsonaro disse que o acordo entre os dois blocos não ocorria devida a uma resistência da França.
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