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OPAS recomenda seguir com a aplicação da vacina AstraZeneca

Por: AFP

Publicado em: 14/04/2021 18:35

 (Foto: Oli Scarff / AFP)
Foto: Oli Scarff / AFP
A Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) recomendou, nesta quarta-feira (14/4), a continuidade da aplicação da vacina anticovid da AstraZeneca, sob revisão por possível vínculo com casos excepcionais de coágulos sanguíneos e suspensa em definitivo na Dinamarca por seus efeitos colaterais.

A diretora da OPAS, Carissa Etienne, disse em coletiva de imprensa que o organismo, uma agência regional da Organização Mundial da Saúde (OMS), está atento aos processos de vigilância.

"As agências reguladoras estão revisando relatórios de casos raros de coágulos sanguíneos entre pessoas com baixos níveis de plaquetas revelados por sólidos sistemas de vigilância de vacinas, e esperamos recomendações adicionais em breve", disse ele.

"Enquanto isso, é importante seguir administrando as vacinas AstraZeneca onde estejam disponíveis", acrescentou.

"Quase 200 milhões de pessoas em todo o mundo receberam a vacina contra a covid-19 da AstraZeneca e os relatos de efeitos adversos são muito raros", afirmou.

A Dinamarca decidiu descartar definitivamente a vacina AstraZeneca devido aos seus efeitos colaterais incomuns, mas "sérios", segundo anunciaram as autoridades de saúde nesta quarta-feira.

A Agência Europeia de Medicamentos (EMA) destacou na semana passada os benefícios da vacina, considerando-a "segura e eficaz" e a maioria dos países europeus que tinham suspendido o uso desta vacina retomaram seu uso, mas estabelecendo um limite de idade. A Noruega anunciará sua decisão na quinta-feira.

Especialistas em imunização da OMS disseram na semana passada que uma relação causal entre esta vacina e o aparecimento de coágulos era considerada "plausível, mas não confirmada", acrescentando que os casos relatados eram "muito raros".

A relação risco-benefício continua "muito a favor da vacina", disse um porta-voz da OMS à AFP.

Os especialistas indicaram que continuarão a examinar novos dados e publicar novas recomendações "se necessário".

Haiti e Venezuela
O imunizante com vetor viral da AstraZeneca é, por enquanto, um importante elemento do Covax, o mecanismo liderado pela OMS para adquirir vacinas anticovid e garantir sua distribuição equitativa em todo o mundo.

Etienne disse que, desde março, o Fundo Rotativo da OPAS ajudou a distribuir mais de três milhões de doses em nome do Covax para 28 países nas Américas.

A OPAS está em contato com o Haiti e a Venezuela, que se recusaram a receber as vacinas da AstraZeneca através do mecanismo Covax.

"Estamos trabalhando com estes países para esclarecer, fornecer e compartilhar as informações científicas que justificam a utilização das vacinas", disse o vice-diretor da OPAS, Jarbas Barbosa.

O Haiti, um dos 10 países das Américas que participam do Covax sem custo, devido à sua situação econômica, deve obter mediante este mecanismo 756.000 doses da vacina da AstraZeneca.

"Se confirma que não vai receber as vacinas, estas doses serão alocadas a outros países", disse Barbosa. "Achamos que pode ser uma perda importante".

A Venezuela, que entregou pouco mais da metade do dinheiro requerido para participar do Covax, tinha reservadas entre 1,4 e 2,4 milhões de doses da Astrazeneca. Mas o governo as descartou, destacando que em breve informará quais vacinas vai adquirir por esta via.

Consultado sobre a vacina que a Venezuela poderia receber, Ciro Ugarte, diretor do Departamento de Emergências em Saúde da OPAS, disse que seria "a que estiver disponível o mais rápido possível".
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