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Ex-presidente da França, Sarkozy fura fila da vacina contra Covid-19

Publicado: 18/02/2021 às 18:10

/Foto:  Bertrand GUAY / AFP

/Foto: Bertrand GUAY / AFP

O ex-presidente da França Nicolas Sarkozy, de 66 anos, tomou a primeira dose da vacina contra a Covid-19 em janeiro deste ano, no Hospital Militar de Percy, em Clamart, na periferia oeste de Paris, passando na frente de idosos com mais de 75 anos, profissionais da saúde e pessoas com comorbidades, que são prioridade na fila de imunização.

A revelação foi feita pela revista L’Express e, nesta quinta-feira (18), e é destaque em toda imprensa francesa.

O ex-dirigente conservador tem criticado com frequência a estratégia de vacinação do governo de Emmanuel Macron. A publicação questionou a equipe de Nicolas Sarkozy sobre ele ter recebido a dose do imunizante, que não quis comentar o caso.

Os ex-chefes de Estado não são considerados prioritários e François Hollande, que também tem 66 anos, ainda não recebeu a vacina.

Tráfico de influência

A campanha de vacinação na França começou na última semana de dezembro. As primeiras doses, assim como em vários outros países, foram reservadas para os idosos em casas de repouso e profissionais de saúde desses estabelecimentos. A vacinação para idosos com mais de 75 anos e profissionais saúde a partir dos 50 foi aberta apenas em 18 de janeiro.

Mesmo assim, por não haver doses suficientes, a fila de espera é longa e as pessoas prioritárias passam horas tentando marcar uma consulta para a primeira dose. O governo, no entanto, promete vacinar toda a população até setembro.

A lentidão da fila e a falta de imunizantes foram alvo de frequentes críticas de Sarkozy. “Dá para acreditar? Eles estão cancelando as consultas para a segunda dose da vacina”, questionou o ex-presidente.

“Quando é que ele [Emmanuel Macron] vai colocá-lo no mercado? Ele tem que assinar a autorização imediatamente”, teria cobrado Sarkozy, que defende uma autorização rápida do imunizante russo Sputnik V.

Desde 2020, Sarkozy é investigado pela Procuradoria Nacional Financeira (PNF) por suspeita de "tráfico de influência" e "ocultação de crime ou delito", em conexão com as atividades de consultoria na Rússia.

Até esta quarta-feira (17), 3.329.461 doses de vacinas contra o novo coronavírus haviam sido administradas e 923.289 pessoas receberam a segunda dose.
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