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Cientistas alertam sobre a necessidade de pesquisas sobre enxaguantes bucais na luta contra a Covid-19

Publicado: 16/05/2020 às 15:01

Segundo artigo científico publicado pela Universidade de Oxford, um grupo de cientistas ingleses do Instituto de Pesquisa de Imunidade de Sistemas da Universidade de Cardiff, na Inglaterra, revelou que existe uma participação significativa da garganta e das glândulas salivares na proliferação e transmissão do novo coronavírus. Diante deste fato, eles recomendam que é preciso realizar urgentemente pesquisas para definir se os enxaguantes bucais podem ser eficazes em reduzir a disseminação da Covid-19.


O grupo, comandado por Valerie O'Donnell, revelam que os enaxaguantes bucais podem ser capazes de danificar a membrana ou cápsula que envolve o vírus e desse modo diminuir as possibilidades de infecção. "Em experiências com tubos de ensaio e estudos clínicos limitados, constatamos que alguns enxaguantes bucais possuem ingredientes viricidas em quantidade suficiente para atacar eficazmente os lípidos das cápsulas virais de vírus similares, garantiu Valerie O'Donnell.


De acordo com o artigo, que foi noticiado também pelo jornal britânico The Independent, o SARS-Cov-2, que provoca a doença Covid-19, é um vírus envolto por uma membrana gordurosa ou lipídica suscetível a agentes químicos. Os autores do estudo cientifico apontaram que enxaguantes bucais são uma "área subpesquisada", alertando para a "grande necessidade clínica" de se ter conhecimento se a lesão dessa membrana poderia apresentar um papel revelante para deter o vírus na garganta.

Em pesquisas anteriores já ficou comprovado que enxaguantes bucais podem afetar e danificar a membrana em outros tipos de vírus. Já no novo artigo, os pesquisadores destacaram que ainda não se sabe se isso aconteceria no caso do novo coronavírus, por isso lamentam que a sua utilização ainda não tenha sido levada em conta pelos órgãos de saúde pública no Reino Unido. A cientista Valerie O'Donnell explicou que "ainda não se sabe se enxaguantes bucais existentes são ativos contra a membrana lipídica do SARS-CoV-2, mas é muito importante pesquisar com urgência seu potencial de uso contra este novo vírus para avaliar mais profundamente esta questão”. Reconhecendo que os colutórios ainda não foram testados contra este novo coronavírus, a líder da equipe adianta, entretanto, que "outros estudos clínicos poderiam valer a pena com base nas evidências teóricas.

 

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