FRANÇA
Greve contra reforma da Previdência paralisa parcialmente a França
Por: AFP
Publicado em: 07/12/2019 16:38
Na última quinta-feira, no início dos protestos, as manifestações reuniram cerca de 800.000 pessoas em todo o país. (Foto: LOIC VENANCE / AFP) |
A mobilização na França contra uma reforma previdenciária entra, neste sábado (7), em seu terceiro dia com o país parcialmente paralisado por greves, especialmente dos transportes, em um contexto de confronto entre sindicatos e o governo de Emmanuel Macron. Os três principais sindicatos ferroviários do país se reuniram neste sábado e acordaram reforçar sua mobilização a partir da segunda-feira para que o governo volte atrás em seu projeto de reforma.
Na última quinta-feira, no início dos protestos, as manifestações reuniram cerca de 800.000 pessoas em todo o país, ou seja, mais pessoas do que nos primeiros dias das maciças mobilizações sociais de 1995, 2003 e 2010. A mobilização deste ano é contra um "sistema universal" de aposentadoria, que o governo planeja usar para substituir os atuais 42 regimes de aposentadoria existentes (geral, funcionários públicos, setor privado, especiais, autônomos, complementares).
O Executivo francês promete um dispositivo "mais justo", mas aqueles que se opõem a ele - quase todos os sindicatos, a oposição de esquerda - temem maior "insegurança" para os aposentados.A aposentadoria é uma questão muito delicada na França. Os opositores mais radicais esperam que a mobilização dure e o país fique paralisado, como aconteceu em dezembro de 1995. A greve durou três semanas e obrigou o governo a recuar.
Dias decisivos
Para o presidente Macron, que fez da "transformação" da França a essência de seu mandato, os próximos dias serão decisivos. O Executivo enfrenta um sério desafio em um contexto social já muito tenso, com a mobilização sem precedentes dos "coletes amarelos" há mais de um ano e o descontentamento exacerbado nos hospitais e prisões, ou entre professores, ferroviários, agricultores e policiais.
Além disso, essa greve cria tensão entre os usuários do transporte público, principalmente nas grandes cidades, como na região de Paris.O projeto de reforma ainda não foi totalmente revelado - embora vários de seus princípios tenham sido avançados - e o primeiro-ministro Edouard Philippe prometeu que divulgaria na quarta-feira "a integralidade do projeto do governo". Philippe acrescentou que não se insere em uma "lógica de confronto".
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