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Presidente interina ameaça levar Morales à justiça se ele voltar à Bolívia

Publicado em: 16/11/2019 15:42

 (AFP / RONALDO SCHEMIDT)
AFP / RONALDO SCHEMIDT
A presidente interina da Bolívia, Jeanine Áñez, declarou nesta sexta-feira (15) que o ex-presidente Evo Morales pode voltar ao país de seu exílio no México mas, caso retorne, deverá "responder à Justiça" por irregularidades nas eleições de outubro e por "denúncias de corrupção".

"(Morales) Foi sozinho" e, se voltar, "sabe que tem que responder à Justiça", declarou Áñez.

"Há um crime eleitoral, há muitas denúncias de corrupção em seu governo", disse Áñez, em sua primeira reunião com a imprensa estrangeira no Palácio Quemado de La Paz, três dias depois de se proclamar presidente interina.

"Que crime eleitoral eu poderia cometer? Nunca pedi a nenhum órgão do Estado: me ajude", aformou Morales, no México, em resposta às acusações da presidente interina.

Morales, que governou o país por quase 14 anos, disse quarta-feira no México que está disposto a voltar para "pacificar" a Bolívia. Afirmou ainda que, com sua renúncia, buscou deter a violência no país.

"Se meu povo pedir, estamos dispostos a retornar (...) Voltaremos cedo ou tarde (...) melhor que seja o mais rápido possível para pacificar a Bolívia", declarou o ex-presidente em sua primeira entrevista à imprensa no exílio.

"Este é um governo de transição", garantiu Áñez. "Prometo liderar as eleições transparentes", acrescentou, embora não tenha deixado claro se elas podem ser realizadas antes de 22 de janeiro, quando terminaria o terceiro mandato de Morales.

A presidente interina não respondeu por quanto tempo ficará no cargo, mas prometeu "não avançar para o autoritarismo". "Este é um estado de direito", disse.

- Ameaça estrangeira -

AFP / Nicolas RAMALLO
Jeanine Añez
Acompanhada de comandantes militares, ela também denunciou o aparecimento no país de "grupos subversivos armados" de estrangeiros e bolivianos e anunciou que adotará as medidas previstas na lei para neutralizá-los.

"Identificamos grupos subversivos armados, formados por estrangeiros e compatriotas em conflito", disse Áñez.
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