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EUA: 'As ações de um lado têm consequências no outro', diz criador de gangorra

Publicado em: 07/08/2019 08:55

Luis Torres/AFP
Enquanto os muros não caem e as fronteiras seguem existindo, a imaginação tenta modificar a realidade. Professor de arquitetura da Universidade da Califórnia Berkeley, Ronald Rael teve a ideia em 2009, mas foram necessários oito anos até que ela ganhasse forma. "Nós decidimos tentar a criação de um evento, com gangorras, a fim de unir as pessoas ao longo da fronteira entre Estados Unidos e México", explicou Rael ao Correio.
 
"As ações de um lado têm consequências sobre o outro lado", afirma o arquiteto, ao analisar o simbolismo de sua criação. "Trata-se de uma experiência atual com pessoas de cada lado (da fronteira), conectadas entre si através da barreira que as divide", acrescentou Rael, que contou com a ajuda de Virgínia San Fratello, professora de design na Universidade Estadual se San Jose (Califórnia) e sócia em um estúdio de arquitetura. 
 
As gangorras foram instaladas no muro entre as cidades de Ciudad Juárez (México) e El Paso (Texas, Estados Unidos). Segundo Rael,a intenção também foi demonstrar como relações imediatas entre as pessoas criam um ambiente no qual a felicidade e o brincar são importantes aspectos da vida na fronteira e as relações entre vizinhos superem questões políticas e se tornem humanísticas.  
 
A instalação de Rael e Virgínia foi montada temporariamente em 28 de julho, sob a supervisão de soldados mexicanos e agentes da Patrulha Fronteiriça dos Estados Unidos. A repercussão do projeto derrubou fronteiras e ganhou o mundo em questão de minutos. "Jamais poderíamos imaginar como o nosso projeto tocou pessoas de todo o planeta, mas sabíamos que tínhamos de fazer isso", acrescentou Rael. 
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