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Coca-cola estampa peça publicitária pró-LGBT e político na Hungria pede boicote à marca

Publicado: 07/08/2019 às 09:38

Reprodução/Facebook Coca-Cola/

Reprodução/Facebook Coca-Cola/

Em Budapeste, na Hungria, um cartaz, no metrô, estampa dois homens jovens abraçados, visivelmente felizes, dividindo uma garrafa de Coca-Cola. Mais à frente, uma outra peça, da mesma marca, duas mulheres, uma de frente para a outra, figuram compartilhando o mesmo copo. Nos cartazes o slogan: “Zero açúcar, zero preconceito".

A campanha da Coca-Cola faz parte da promoção de um dos maiores festivais de música da Europa, patrocinado pela multinacional, que ocorrerá na segunda quinzena deste mês de agosto.

Segundo a reportagem, a indignação foi imediata por parte dos partidários do Fidez - União Civil Húngara, partido de extrema-direita, presidido por Viktor Orban, primeiro ministro húngaro.

István Boldog, deputado e vice-presidente do partido, declarou sobre a campanha publicitária que “Enquanto eles (Coca-Cola) não removerem estes cartazes provocantes da Hungria, eu não consumirei mais os seus produtos! E eu peço que todo mundo faça o mesmo!". O mesmo político, em junho, apelou para o cancelamento da Marcha do Orgulho LGBT com a justificativa de que estava “protegendo as crianças de aberrações sexuais”.

Segundo o jornal francês "La Croix", os conservadores húngaros acreditam que, com a incitação ao boicote, irão provocar uma mudança de ação da marca ao promover o festival; porém, a empresa já respondeu e manifestou-se oposta às ideias de mudança na peça publicitária.

“Nós pensamos que os heterossexuais, assim como os homossexuais, têm o direito de amar a pessoa que eles quiserem, como desejarem”, reiterou a Coca-Cola.

Ainda de acordo com o "La Croix", a opinião pública vai de encontro ao posicionamento dos dirigentes do partido conservador. 

O primeiro ministro Viktor Orban não se declarou sobre este episódio, mas no último dia 27, discursando em uma universidade local, declarou que “a democracia liberal não é viável se as bases cristãs forem abandonadas”, e que os homossexuais “não podem fazer o que bem entendem”.

Apesar desta forte oposição, o festival Sziget espera receber nesta edição meio milhão de pessoas.
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