Tragédia

Naufrágio mata quase 60 migrantes no Mediterrâneo

Por: AFP

Publicado em: 11/05/2019 09:55

Sobreviventes do naufrágio que matou quase 60 pessoas na costa da Tunísia. Foto: AFP
 
Quase 60 migrantes, procedentes em sua maioria de Bangladesh, morreram no naufrágio de sua embarcação na quinta-feira à noite perto da costa da Tunísia, informou neste sábado o Crescente Vermelho tunisiano, que resgatou 16 sobreviventes.

"Os migrantes (resgatados) contaram que saíram na quinta-feira à tarde em um barco que transportava 75 pessoas de Zuara", localidade na costa da Líbia, a 120 km ao oeste de Trípoli, informou à AFP Mongi Slim, diretora do Crescente Vermelho no sul da Tunísia.

"Depois foram transferidos para um barco inflável menor, sobrecarregado, que naufragou em 10 minutos, por volta da meia-noite", completou.

"Os migrantes afirmaram que passaram oito horas na água gelada e foram salvos no limite por pescadores tunisianos, que alertaram a Marinha tunisiana", disse.

Os corpos de três migrantes foram encontrados na sexta-feira por navios militares, informou o ministério tunisiano da Defesa. Três barcos prosseguem com as buscas neste sábado.

Entre os resgatados estão 14 bengaleses, um marroquino e um egípcio. O Crescente Vermelho não tem esperanças de encontrar mais sobreviventes.

Os resgatados afirmaram que a embarcação, que seguia para a Itália, transportava apenas homens, incluindo 51 bengaleses, três egípcios, alguns marroquinos, mas também cidadãos do Chade e de outros países da África.

O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) pediu na sexta-feira o "reforço das capacidades das operações de busca e resgate em toda a região". 

"Se não atuarmos agora, temos praticamente certeza de que veremos novas tragédias nas próximas semanas e meses", advertiu Vincent Cochetel, enviado especial do ACNUR para o Mediterrâneo.

As autoridades italianas temem que os atuais combates na Líbia levem milhares de pessoas a tentar a travessia pelo mar. O ministro italiano do Interior, Matteo Salvini, afirmou diversas vezes que ninguém será autorizado a desembarcar em seu país.

No início de 2019, o ACNUR afirmou que "o Mediterrâneo é, há vários anos, a via marítima mais sangrenta para os refugiados e os migrantes".
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