Potências

China se opõe à corrida armamentista no espaço iniciada por Trump

No início do mês, os serviços espaciais chineses lançaram um módulo de exploração que deve chegar ao lado oculto da Lua no início de janeiro

Por: AFP

Publicado em: 19/12/2018 11:09

Foto: Timothy A. Clary/AFP
A China se opôs nesta quarta-feira (19) à corrida armamentista no espaço, após o anúncio feito ontem pelo presidente americano Donald Trump sobre a criação de um "comando espacial" - declarou o porta-voz do Ministério chinês das Relações Exteriores.

Este novo comando surge como um passo até a implantação da nova organização que Trump quer criar no Exército americano: a Força do Espaço.

"A China sempre apostou num uso pacífico do espaço, opondo-se à militarização do espaço e a qualquer tipo de corrida armamentista no espaço", afirmou Hua Chunying, porta-voz do Ministério chinês.

"Somos ainda mais contrários à ideia de o espaço se tornar um novo campo de batalha", acrescentou durante uma coletiva de imprensa.

O vice-presidente dos Estados Unidos, Mike Pence, explicou que o novo comando, que provavelmente se chamará Spacecom, será o 11º comando militar do Pentágono. Será responsável por supervisionar todas as atividades militares dos Estados Unidos no espaço.

Pence também lembrou que os Estados Unidos estão enfrentando atualmente a competição estratégica da Rússia e da China, que desenvolveram suas capacidades tecnológicas, especialmente no Espaço.

Trump já havia anunciado em junho que queria criar uma "Força Espacial", que seria o sexto braço das Forças Armadas americanas, junto com o Exército, a Marinha, a Força Aérea, o Corpo de Fuzileiros Navais e a Guarda Costeira. 

O presidente republicano estima que esta nova força é indispensável para garantir a supremacia militar dos Estados Unidos no Espaço, mas o secretário de Defesa, Jim Mattis, fez saber que acreditava que a criação desta força era cara e inútil, e que corria o risco de chocar com a oposição do Congresso, que tem que aprovar seu financiamento. 

A China não tem oficialmente a ambição de se posicionar militarmente no espaço, mas aposta em inúmeros projetos espaciais civis, com os quais rivaliza com os Estados Unidos, a Rússia, a União Europeia, a Índia e o Japão.

No início do mês, os serviços espaciais chineses lançaram um módulo de exploração que deve chegar ao lado oculto da Lua no início de janeiro.
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