Atentado

Atirador ataca campeonato de videogame na Flórida, diz Polícia

Por: AFP

Publicado em: 26/08/2018 16:27 | Atualizado em: 26/08/2018 18:11

Foto: AFP PHOTO / WJXT TV

Miami, Estados Unidos -Várias pessoas foram mortas em um tiroteio maciço em um torneio de vídeo game em Jacksonville (nordeste da Flórida), reportou a Polícia local neste domingo (26), acrescentando que um suspeito foi abatido.

"Vários mortos no local, muitos transportados", tuitou o gabinete do xerife de Jacksonville, acrescentando que não está claro se haveria um segundo atirador no local.

"Afastem-se da área. A área não está segura neste momento. AFASTEM-SE", acrescentou.

O jornal Miami Herald noticiou que o tiroteio aconteceu em um torneio de vídeo game e registrou quatro mortos e 11 feridos.

Em tuítes posteriores, a Polícia informou que ainda está fazendo buscas no complexo comercial e de entretenimento The Landing, onde a competição Madden 19 era disputada no GLHF Game Bar.

Madden é um vídeo game multijogador muito popular, baseado na Liga Nacional de Futebol Americano (NFL).

De acordo com o LA Times, que citou um jogador identificado como Steven "Steveyj" Javaruski, o atirador seria um jogador que estava competindo no torneio e perdeu.

Em tuítes subsequentes, a Polícia informou que está fazendo buscas no complexo comercial e de entretenimento The Landing, onde o torneio - uma etapa classificatória para as finais em Las Vegas com prêmio de US$ 25 mil - era disputado no GLHF Game Bar.

A Polícia exortou às pessoas escondidas em locais fechados do complexo a permanecerem abrigadas e ligarem para 911, o serviço de emergência nos Estados Unidos, para informar sobre sua localização.

- "Chocado e entristecido" -
Em um vídeo perturbador, aparentemente captado como parte de uma transmissão em streaming do site Twitch, vários disparos de arma de fogo podem ser ouvidos ao fundo, antes de a conexão cair. O site Twitch retirou o vídeo, mas ele permanecia disponível nas redes sociais.

Uma das equipes que participavam do torneio, a CompLexity Gaming, informou que seu jogador, Young Drini, foi ferido de raspão em uma das mãos.

"Obviamente estamos chocados e entristecidos com os eventos desta tarde. Nosso jogador, Drini, foi atingido no polegar, mas ele ficará bem. Ele conseguiu escapar e correr até uma academia de ginástica próxima", disse do diretor da equipe, Jason Lake, à AFP. 

"Nunca mais vou dar nada como certo. A vida pode ser interrompida em um segundo", tuitou o jogador.

Vários usuários de redes sociais, inclusive uma que se apresentou como sua mãe, informaram que o proeminente 'gamer' profissional conhecido como "oLARRY2K" tinha sido baleado no peito.

"Tenho sorte por estar vivo, em sinto enjoado e ainda estou tremendo", escreveu @SirusTheVirus, que se identifica como um jogador profissional de Madden. "Não posso acreditar que uma bala atingiu a parede ao meu lado... Ver corpos no chão... É um pesadelo total".

"Fui levado ao hospital", escreveu outro jogador, @DubDotDUBBY. "Uma bala passou raspando na minha cabeça. me sinto bem, só tenho um arranhão na cabeça. Traumatizado e devastado".

- Epidemia nacional -
Este é o episódio mais recente de uma série de atos de violência armada registrados nos Estados Unidos, onde o porte de armas é constantemente discutido entre quem pede um controle maior de sua venda e quem defende seu direito constitucional de ter acesso a elas.

Nos últimos anos, a Flórida tem sido alvo de uma série de ataques a tiros. Em 12 de junho de 2016, 49 pessoas foram mortas em uma boate gay em Orlando, enquanto no começo deste ano 17 morreram em um massacre na escola de ensino médio Marjory Stoneman Douglas, em Parkland, em 14 de fevereiro deste ano.

O ataque a tiros na escola de Parkland, ao norte de Miami, renovou as discussões em todo o país sobre a necessidade de um maior controle do acesso às armas no país.

David Hogg, um dos sobreviventes de Parkland que lidera agora um movimento nacional contra as armas, participava de um protesto em frente à sede da fabricante de armas de fogo Smith and Wesson em Springfield, Massachusetts, quando soube do massacre.

"Saberemos que não haverá uma mudança até que exijamos em novembro e depois", escreveu Hogg, de 18 anos, pedindo participação nas eleições de novembro para contrabalançar os conservadores que apoiam a poderosa Associação Nacional do Rifle (NRA, em inglês).

"Mais uma vez, meu coração dói e cada parte de mim sente raiva. Nós não podemos aceitar isto como nossa realidade", tuitou Delaney Tarr, outra sobrevivente de Parkland e uma das organizadoras do movimento Marcha pelas nossas Vidas, liderada por estudantes, em março.

"A violência armada é uma epidemia nacional", escreveu.

O governador da Flórida, Rick Scott, confirmou ter oferecido o apoio do estado após o tiroteio.

O senador republicano pela Flórida Marco Rubio disse que o FBI e o Birô de Álcool, Tabaco, Armas de Fogo e Explosivos estavam investigando o tiroteio deste domingo.

A secretária de imprensa da Casa Branca, Sarah Sanders, confirmou que o presidente Donald Trump tinha sido informado sobre o incidente.

"Nós estamos monitorando a situação", afirmou.
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