Declaração

Desigualdade é a face da globalização, diz secretário-geral da ONU

O líder da ONU lembrou que "por mais de uma geração, a renda do 1% mais rico do mundo cresceu em um ritmo duas vezes maior que a dos 50% mais pobres"

Por: AFP

Publicado em: 08/05/2018 14:37

Foto: Yamil Lage / AFP
O secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, lamentou nesta terça-feira (8), em Cuba, que a globalização, apesar de ter tirado muitos da pobreza, também aumenta a desigualdade no mundo e gera instabilidade social. 

"O aumento da desigualdade se tornou a face da globalização e gerou descontentamento, intolerância e instabilidade social, sobretudo entre nossos jovens", disse Gueterres durante a inauguração do 37º período de sessões da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal), em Havana. 

"É verdade que a globalização trouxe diversos benefícios. Mais pessoas deixaram a pobreza extrema que nunca (...), mas há demasiadas pessoas que ficaram para trás", acrescentou. 

O líder da ONU lembrou que "por mais de uma geração, a renda do 1% mais rico do mundo cresceu em um ritmo duas vezes maior que a dos 50% mais pobres". 

Guterres destacou que "o desemprego entre os jovens alcança níveis alarmantes, com trágica repercussão" em seu bem-estar, "nas possibilidades de desenvolvimento dos países e até mesmo em algumas regiões do mundo, com impacto negativo em matéria de segurança". 

Ele afirmou que as mulheres continuam a ter menos possibilidades de participar do mercado de trabalho "e a desigualdade salarial por gênero continua a ser uma preocupação mundial". 

Ainda neste tema, a secretária-executiva da Cepal, Alicia Bárcena, garantiu que "a pobreza tem o rosto de mulher", já que "um terço das mulheres da região não consegue ter renda própria". 

Guterres defendeu a busca por uma "globalização equitativa" e pelo potencial da "quarta revolução industrial" que o planeta vive seja aproveitado. 

"Este é, provavelmente, o desafio mais difícil que teremos nas próximas duas décadas: fazer da quarta revolução industrial uma fonte de bem-estar e progresso, e não um risco que pode ter consequências muito negativas", apontou. 
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