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Ondas de calor marinhas estão mais quentes, mais longas e mais frequentes

A pesquisa, publicada na revista especializada Nature Communications, mostra que o extremo climático de calor nos sistemas atmosféricos e oceânicos têm impactos devastadores e de longo prazo nos ecossistemas

Publicado em: 11/04/2018 21:18

Foto: Torsten Blackwood/AFP
As ondas de calor marinhas aumentaram ao longo do século, em duração e intensidade, segundo um estudo de pesquisadores do ARC Centre of Excellence for Climate Extremes (CLEX) e do Institute of Marine and Antarctic Studies (IMAS). A pesquisa, publicada na revista especializada Nature Communications, mostra que o extremo climático de calor nos sistemas atmosféricos e oceânicos têm impactos devastadores e de longo prazo nos ecossistemas.  

Os pesquisadores usaram uma variedade de conjuntos de dados de observação para revelar a tendência de aumento das ondas de calor marinhas, combinando dados de satélite com um conjunto de dados longo do século, retirados de navios e várias estações de medição terrestres. 

De 1925 a 2016, a frequência de ondas de calor marinhas aumentou em média 34% e a duração de cada onda de calor aumentou em 17%. Juntos, isso levou a um aumento de 54% no número de dias de ondas de calor marinhas a cada ano, em todo o planeta.

A explicação para o fenômeno é que as correntes oceânicas movem a água ao redor do oceano e algumas delas - incluindo a Corrente do Golfo e a Corrente do Leste da Austrália - transportam água quente para regiões mais frias. Se essas correntes ficam mais fortes que o normal, acumulam água quente em uma determinada região e disparam uma onda de calor marinha.

"Da mesma forma, se a atmosfera é muito quente e - em particular - se há céu limpo e ventos fracos, as camadas superiores do oceano podem aquecer muito rapidamente, provocando também uma onda de calor marinha", explica a pesquisa.

O estudo também calculou a contribuição separada de diferentes fontes de variabilidade natural nos oceanos - como o El Niño - Oscilação Sul (ENOS), Oscilação Multidecadal Atlântica e Oscilação Decadal do Pacífico. Enquanto eles descobriram que os fenômenos naturais desempenhavam um papel na probabilidade de onda de calor na escala regional, eles não afetavam as tendências crescentes de longo prazo.
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