França

Ferroviários franceses param contra reformas de Macron

O primeiro dia de greve teve grande adesão, afirmou o sindicato CGT

Por: AFP

Publicado em: 03/04/2018 20:35

Passageiros nas vias e na plataforma da Estação de Lyon de Paris no início de três meses de greves previstas no setor ferroviário francês. AFP / Christophe Simon
Os trabalhadores do sistema ferroviário da França iniciaram nesta terça-feira uma série de greves intermitentes com duração prevista de três meses, o que representa um desafio para o presidente Emmanuel Macron e seu desejo de aprovar reformas.

O primeiro dia de greve teve grande adesão, afirmou o sindicato CGT, e afeta consideravelmente um sistema de transporte utilizado diariamente por 4,5 milhões de pessoas no país.

Um em cada três trabalhadores ferroviários (34%) fez greve e mais de três em quatro condutores de trem (77%), afirmou a direção do SNCF, companhia nacional ferroviária.

Apenas um em oito trens de alta velocidade (TGV) e um em cada cinco trens regionais circularam.

O tráfego internacional também foi afetado, mas em menor escala, com três a cada quatro trens Eurostar, que liga Paris a Londres, em operação e uma circulação praticamente normal da linha Thalys que viaja à Bélgica.

Porém, não houve nenhuma viagem para Espanha, Itália e Suíça nesta terça-feira.

Os garis e funcionários do setor de energia também estão em greve para exigir um serviço público nacional.

Ao mesmo tempo, os trabalhadores da companhia Air France organizam o quarto dia de greve em um mês para exigir um aumento salarial de 6%.

Diante da série de protestos, especialmente a dos ferroviários, mobilizados contra a reforma do setor, "o governo resistirá pela via da escuta, da harmonia e do diálogo", afirmou a ministra dos Transportes, Elisabeth Borne.

Os sindicatos programaram uma greve de dois dias a cada cinco até o final de junho, totalizando 36 dias.

"É direito deles fazer greve, eles têm direito, não há nenhum problema, mas para os que trabalham é um inferno. Eu não pedi nada, e sou eu que tenho que suportar isso", queixou-se Julien Dufresne, diretor comercial de Lille (norte).

O primeiro-ministro, Édouard Philippe, declarou que ouve "tanto os grevistas" como "aqueles que querem ir trabalhar".

"Um impulso social"

Durante o dia, houve várias manifestações, uma delas em Paris, com cerca de 2.700 pessoas, segundo a polícia, que informou sobre incidentes e cinco pessoas feridas.

Também houve protestos em outras cidades do país, como Tours (centro), Lille (norte), Bordeaux e Toulouse (sudeste).
TAGS: macron | frança |
Os comentários abaixo não representam a opinião do jornal Diario de Pernambuco; a responsabilidade é do autor da mensagem.