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Treinador arriscou a vida para salvar alunos de massacre em escola na Flórida

Segundo testemunhas, Aaron Feis teria sido atingido pelos disparos quando protegia vida de estudantes. Informações sobre seu estado de saúde são desencontradas

Publicado em: 15/02/2018 15:44 | Atualizado em: 15/02/2018 15:50

Aluna fez homenagem a técnico de futebol atingido no ataque -
 Foto: Reprodução/Instagram

Uma história digna de filme. O tiroteio na Marjory Stoneman Douglas High School, que acabou vitimando 17 pessoas em uma escola na Flórida, poderia ter sido pior caso Aaron Feis não tivesse sido um herói. Ao proteger os alunos dos disparos, os tiros acabaram atingindo o treinador de futebol americano muito querido pelos estudantes, que também atuava como vigia na escola.

As informações das testemunhas dizem Feis arriscou a própria vida para garantir a segurança dos alunos. Ele teria usado o corpo como escudo para impedir que os estudantes fossem alvejados. No entanto, informações sobre o estado de saúde dele até agora são inconclusivas.

Inicialmente a morte dele foi divulgada. Posteriormente, outras fontes disseram que Feis tinha sido ferido e estava sendo atendido num hospital. Por fim, autoridades do condado de Broward confirmaram que, entre as vítimas fatais, havia um treinador de futebol. Mas o seu nome não foi divulgado.

Uma de suas ex-alunas publicou, no Instagram, uma foto do treinador com o seguinte texto:

"Este, senhoras e senhores, é o rosto de um herói. O treinador Aaron Feis se feriu ao proteger um estudante durante o tiroteio na Marjory Stoneman Douglas High School. E, segundo as últimas notícias, ele está em estado grave. Ele é amigo de todos os alunos que o conhecem. Sempre foi muito amável comigo quando estudei lá e é próximo do meu irmão e de seus amigos. Por favor, rezem pela cura dele."

Nick Miller, outro amigo do treinador, compartilhou no Facebook sua preocupação com a saúde dele.

"Rezo pela recuperação de Aaron Feis. Amigo de seus amigos e uma pessoa genial. Destroça o meu coração (saber que ele foi atingido) e estou rezando pela sua família e as outras vítimas. Se recupere, treinador."

Entenda o caso

Um ataque a tiros registrado na última quarta-feira (14/2) em uma escola de ensino médio de Parkland, no estado da Flórida, deixou 17 mortos, informou o chefe de polícia do condado, Scott Israel. "Temos 17 vítimas confirmadas. Doze delas estavam dentro do edifício, duas vítimas estavam do lado de fora e outra em uma rua adjacente. Duas pessoas perderam a vida já no hospital", disse o chefe da polícia. Segundo o comissário, "ainda há várias pessoas sendo submetidas a intervenção cirúrgica". Entre as vítimas, disse ele, há "estudantes e adultos".

Em uma coletiva de imprensa improvisada, Israel identificou o principal suspeito do massacre como Nicolás Cruz, um jovem de 19 anos, que foi aluno desta escola, mas foi expulso por problemas disciplinares. De acordo com o chefe de polícia, o suspeito tinha muitos carregadores de munição para armas semiautomáticas. "Pensamos que tinha um fuzil AR-15. Não sei se possuía um segundo fuzil."

O atirador

Nikolas Cruz, o atirador que causou a morte de 17 pessoas nessa quarta-feira (14/2) em uma escola de ensino médio da Flórida, era um adolescente admirador de armas e que havia sido expulso do estabelecimento de ensino por razões disciplinares.

O rapaz de 19 anos chegou no horário do fim das aulas do colégio que havia frequentado, o Marjory Stoneman Douglas High School de Parkland, portando um fuzil semiautomático AR-15 e uma grande quantidade de munição. Ele disparou o alarme de incêndios para dar início ao ataque contra os estudantes que deixavam o prédio. A polícia do condado conseguiu prendê-lo mais tarde, na localidade próxima de Coral Springs.

Nascido em setembro de 1998, Nikolas Cruz postou nas redes sociais mensagens alarmantes, segundo o xerife de Broward, Scott Israel, sem precisar a natureza dessas mensagens, e insistindo na necessidade de denunciar esse tipo de publicação.

O retrato do agressor não foi divulgado pelas autoridades e uma conta no Instagram atribuída a ele foi excluída. Cruz era conhecido na escola como um aluno com problemas, segundo vários testemunhos recolhidos pela imprensa local.

"Tive problemas quando ameaçou estudantes do ano passado e acha que disseram a ele que deveria abandonar o campus", declarou ao jornal Miami Herald Jim Gard, professor de matemática que o teve como alune em sua turma.

Segundo Gard, a direção do colégio havia advertido que Cruz não poderia entrar no recinto se estivesse portando uma mochila, por causa da de suas ameaças.

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