MEIO-AMBIENTE

Grandes frotas de pesca exploram 55% dos oceanos, diz estudo

A pesca mundial é uma indústria de 160 bilhões de dólares e os especialistas estimam que quase um terço das reservas mundiais são extraídas a um ritmo insustentável

Por: AFP

Publicado em: 22/02/2018 21:14 | Atualizado em: 22/02/2018 21:28

Foto: Simon Ager/AFP Photo.
 (Foto: Simon Ager/AFP Photo.
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Foto: Simon Ager/AFP Photo. (Foto: Simon Ager/AFP Photo. )
Mais de metade dos oceanos do mundo são explorados por grandes embarcações comerciais, especialmente na China, segundo a primeira observação das práticas mundiais de pesca obtida do espaço e publicada nesta quinta-feira.

O estudo, publicado na revista Science, utilizou dados de satélite para rastrear a pesca industrial e descobriu que 55% dos oceanos do mundo - e possivelmente mais - estão sendo explorados através de grandes operações. 

Algumas partes do mundo com pouca cobertura de satélite não foram visíveis. 

"A área total de pesca é provavelmente maior", de até 73%, indicou o informe. Mais de 85% das frotas pesqueiras observadas em alto-mar pertencem a cinco países: China, Espanha, Taiwan, Japão e Coreia do Sul. Metade dos barcos são da China. 

A pesca mundial é uma indústria de 160 bilhões de dólares e os especialistas estimam que quase um terço das reservas mundiais são extraídas a um ritmo insustentável, o que significa que as águas são alvo de exploração excessiva. 

"Os humanos estiveram pescando nos oceanos durante 42.000 anos, mas até agora não tivemos realmente uma boa ideia de onde e quando as pessoas pescam", disse o autor principal, David Kroodsma, à AFP. 

"O que criamos é uma imagem da pesca no mundo todo, que oferece um enfoque muito mais claro do que tivemos até agora". 

O informe não aponta atores ilegais, nem diz se a quantidade de pesca que se faz é excessiva. 

No entanto, Kroodsma indicou que o objetivo deste estudo é ajudar os responsáveis por formular políticas a responder essas perguntas. "Acredito que no oceano pode-se pescar de forma muito mais sustentável, e esta informação pode ajudar", disse.
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